O salão da villa estava envolto em uma penumbra elegante, onde a atmosfera parecia suspensa no tempo. As cortinas de veludo pesado, em um tom profundo de carmim, filtravam apenas uma fresta da luz dourada do fim da tarde, que dançava suavemente nas paredes adornadas com quadros de paisagens mediterrâneas. O som do mar quebrando nas rochas lá embaixo parecia ecoar a tensão no ar, como se o próprio Mediterrâneo estivesse respirando, carregando os segredos do passado e as promessas de um futuro incerto. Dante Moretti caminhou até um móvel antigo, uma peça impressionante de madeira escura com detalhes entalhados à mão, serviu vinho em duas taças de cristal, cujo brilho refletia a luz tênue, e estendeu uma delas a Nicolas.
— Beva, Signor Eriksen. O que vou lhe contar não é fácil de ouvir. A entonação de Dante era grave, imbuída de um peso que precipitava o momento. Nicolas aceitou o copo, mas suas mãos tremiam levemente, revelando a tempestade de emoções que o consumi