Betina se afastou um pouco, respirou fundo e pegou o celular. Discou o número sem hesitar.

— Emily? — sua voz saiu firme, mas apressada. — Como está a sua mãe?

Do outro lado, a resposta veio carregada de alívio:

— Graças a Deus, melhorando. Já não sente tanta dor, só está debilitada ainda.

— Fico feliz. Mas eu liguei por outro motivo também. — Betina ajeitou a postura, como quem se prepara para dar uma notícia decisiva. — Consegui um emprego para você. Só que é em Boston.

— Em Boston? — a amiga soou surpresa. — Mas eu não posso deixar mamãe…

— Não precisa se preocupar. — Betina a interrompeu com doçura. — Já falei da sua mãe para o meu patrão. Ele disse que ela pode vir junto. Vocês vão ficar hospedadas na Edícola, uma casa separada que existe dentro da propriedade. Vai ter todo o suporte.

Emily silenciou por alguns segundos, até que a voz saiu embargada:

— Você está falando sério?

— Estou. Mas você precisa vir r