Capítulo 22: O Peso da Verdade
O silêncio era ensurdecedor. Agnes se trancou no quarto que dividia com Cristina, o cheiro familiar do creme barato da recepcionista agora lhe causava náuseas. A traição, a mentira... tudo fervilhava em sua mente como um veneno corrosivo. Cada lembrança, cada sorriso compartilhado com Marcos, agora carregava o peso insuportável da falsidade. Ele era o herdeiro. Ele era rico. Ele era tudo aquilo que ela, Agnes Assis De Mourão, jamais seria.
As palavras de Marcos, "Eu te amo de verdade", ecoavam como uma zombaria cruel. Amor de verdade? Como acreditar em algo dito por alguém que construiu um castelo de mentiras? Ela se sentia tola, ingênua, uma marionete nas mãos de um príncipe disfarçado de salva-vidas.
Lágrimas quentes escorriam pelo seu rosto, molhando a fronha do travesseiro. A dor era lancinante, uma facada no peito que a deixava sem ar. Aquele beijo no terraço, a cumplicidade durante a feira cultural, a sensação de que finalmente havia encontrado