Capítulo 22
Akira Muniz
Saí por volta das cinco da manhã, ainda com o céu escuro, rumo à capital. Meu objetivo era claro: buscar meu avô e meu pai, e garantir que alguém de confiança trouxesse o padre e o juiz de paz para o casamento. Tudo precisava acontecer em absoluto sigilo — qualquer deslize poderia colocar tudo a perder.
Dirigi por horas, com os pensamentos acelerados e o coração inquieto. A estrada estava silenciosa, envolta por uma névoa leve que parecia guardar meus segredos. Quando finalmente cheguei à cidade, o dia começava a nascer. As pessoas saíam de suas casas para caminhar, comprar pão fresco, abrir suas lojas. A rotina seguia tranquila, alheia ao turbilhão que se aproximava.
Eu, porém, não tinha tempo para calmarias. Cada minuto contava. O casamento precisava acontecer antes que Marcos Souza descobrisse — antes que a maldição se manifestasse de novo.
Assim que cheguei à mansão do meu pai, fui recebido com entusiasmo pelo meu avô. Ele veio até mim com os olhos br