POV Isadora Ferraz
Três dias passaram como uma batida fora do compasso. Não foram longos. Foram distorcidos. Uma mistura de ansiedade, medo e algo que parecia esperança… mas tinha o gosto amargo de abandono. Eu dormi mal, acordei pior, e passei os dias flutuando entre tarefas que não conseguiam me distrair. Mas quando o celular vibrou naquela manhã, eu soube.
“Pousei. Hotel Santa Victoria, 14h. Sala de reuniões privativa. Estarei te esperando.”
Eu fiquei parada olhando pra tela como quem encara um precipício.
— Vai dar certo. — disse Olívia, segurando minha mão no carro, como se pudesse impedir minha alma de se despedaçar. — Você precisa saber. Precisa ver quem ele é.
Assenti em silêncio. O vestido azul-marinho era o mais sóbrio que eu tinha. O batom cor de boca, o cabelo liso, nada de exageros. Queria parecer neutra. Invisível. Mas por dentro… o coração estava um tambor africano, selvagem, em fúria.
***
O hotel era alto, elegante e levemente intimidador. Tudo ali cheirava a vidro car