POV Isadora
As portas se abriram de vez, e por um instante tive a sensação de que o mundo inteiro respirava comigo. O salão, antes um murmúrio de vozes baixas, mergulhou em silêncio. Só a música enchia o espaço, cada nota como um sopro de coragem que me impulsionava adiante.
Segurei o buquê com mais força do que deveria. Meus dedos estavam frios, mas meu coração pulsava quente, descompassado. Os olhos se voltaram para mim, alguns curiosos, outros críticos, alguns até invejosos. Mas nada disso importava, não quando meu olhar encontrou o de Dante.
Ele estava ali, firme, esperando. Terno preto impecável, a gravata levemente desalinhada como se tivesse brigado com o espelho minutos antes. Mas era o olhar que me desarmava. Escuro, intenso, e ao mesmo tempo tão cheio de ternura que parecia impossível acreditar que um dia eu duvidei de merecer algo assim.
Cada passo que eu dava pelo corredor parecia ecoar dentro de mim. As flores brancas espalhadas pelo caminho exalavam perfume suave,