POV Isadora

Cinco dias.

Foram cinco dias de silêncio, de sol nas janelas, de risadas leves que pareciam impossíveis há pouco tempo.

Eu nunca achei que pudesse chamar uma rotina simples de felicidade, acordar com o cheiro de café, ouvir Sofia rindo no quarto ao lado, Dante preparando o leite dela com uma paciência quase absurda. Mas era. A felicidade estava ali, nas pequenas coisas.

A casa nova já tinha cheiro de lar.

O jardim ainda estava cru, o gramado precisava de cuidado, mas o balanço que Dante montou para Sofia do lado oposto do balanço maior, já era o centro do mundo dela. Às vezes, eu ficava na varanda, só observando os dois. Ele empurrava o balanço devagar, e ela gargalhava, o cabelo voando no vento. E eu pensava: é isso. É aqui que eu devia estar.

Nos últimos dias, tudo parecia encontrar o lugar certo.

A editora, agora sob o comando de Dante outra vez, respirava uma energia diferente. As equipes voltaram a trabalhar com entusiasmo, e eu mesma me sentia mais criativa do