POV Isadora
A brisa do mar entrou pela janela aberta, misturando o cheiro de sal com o aroma do café fresco que vinha da cozinha.
Dois sons ecoavam pela casa: a risadinha leve da Sofia ao brincar com seu próprio pé e o bater ritmado do martelo do jardineiro ajeitando o portão da frente. A luz do sol entrava sem pedir licença, dourando o chão de madeira recém-polido.
A nova casa parecia respirar junto com a gente.
Era como se as paredes soubessem que ali morava uma família tentando se reconstruir.
Passei a mão pelos cabelos, ainda úmidos do banho, e olhei pela varanda. Dante estava lá fora, de camiseta branca e calça de moletom, descalço, falando com um dos seguranças. Ele gesticulava pouco, mas o tom firme denunciava o homem acostumado a comandar.
Mesmo longe da empresa do pai, ele ainda tinha aquele ar de liderança natural, só que agora, parecia mais leve.
Sofia balbuciava sons no tapetinho colorido da sala, brincando com um bichinho de pelúcia. Eu me abaixei e ajeitei o macac