Capítulo 14 – O pânico não tem som
POV Isadora Ferraz

O envelope ainda estava no chão, mas o que me paralisava era a foto. Eu, dormindo no sofá, vulnerável, de costas para uma porta entreaberta que eu jurei ter trancado. O coração batia no ritmo de uma sirene, e o ar parecia rarefeito. Liguei para Olívia, mas a voz engasgou antes de completar o alô. Desliguei. Tentei respirar. Falhei. Então disquei outro número. Um número que meus dedos já sabiam de cor.

— Isa? — a voz de Dante era alerta, urgente, viva.

Eu não consegui responder. Apenas deixei o telefone cair no sofá e fui até a porta, trancando todas as trancas, olhando para cada canto do apartamento como se os móveis pudessem se mover.

Ele chegou vinte minutos depois, com os olhos incendiados e o corpo em tensão.

— O que aconteceu?

Apontei para o envelope. Ele pegou, leu, viu a foto.

— Merda... — sussurrou, quase rosnando. — Ele entrou aqui.

Assenti com a cabeça. Estava tremendo. A pele gelada. A alma em ponto de estilhaçar.

— A polícia precisa ver isso. Agora.

— Não
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