POV Dante
A sala do hospital parecia um santuário.
As luzes frias, o cheiro de desinfetante, as máquinas que apitavam em segundo plano, tudo isso desaparecia quando eu olhava para ela. Minha filha. A pequena estava enrolada em um cobertor rosa-claro, dormindo tranquila, com a boquinha entreaberta como se sonhasse já com um mundo melhor do que aquele em que nasceu.
Eu não conseguia acreditar.
Era real.
Ela era real.
Ao lado, Isa repousava, exausta. O suor ainda marcava sua pele, mas havia uma serenidade no rosto dela que eu nunca tinha visto antes. Mesmo pálida e cansada, estava linda. Uma guerreira. A mulher que tinha me dado o maior presente da minha vida.
Sentei-me na poltrona ao lado do leito e segurei a mão dela, com medo de soltar. Nunca fui um homem que acreditasse em destino ou milagres, mas, naquele momento, tudo em mim gritava que aquela era minha razão de viver. Isa e nossa filha.
Mas, como sempre, o mundo não nos deixava em paz.
O celular vibrou no meu bols