POV Isadora
Os dias se arrastaram como se o tempo tivesse aprendido a zombar de mim. Cada minuto parecia mais longo que o anterior. O corpo já não era meu: era peso, dor, ansiedade. Entre os sorrisos de Dante, as visitas de Olivia e as mensagens falsas de carinho de Leyla, minha mente era um redemoinho.
Mas naquela manhã, algo mudou.
Acordei antes do sol. O quarto estava em silêncio, exceto pela respiração calma de Dante ao meu lado. Quando tentei me levantar, uma fisgada atravessou meu corpo. Toquei a barriga e, no instante seguinte, senti a primeira contração forte. Era diferente de tudo o que tinha experimentado até então, intensa, arrebatadora, um chamado definitivo. E então, a bolsa estourou.
— Dante… — minha voz saiu trêmula, quase um sussurro.
Ele abriu os olhos de imediato, como se tivesse estado acordado o tempo todo. Bastou olhar para mim para entender.
— Isa… estourou? — perguntou, a voz carregada de nervosismo e ternura.
Balancei a cabeça, as lágrimas já marejando os olhos