(Ponto de Vista de Arielle)Já se passavam dois dias de planejamento e participação na exposição gastronômica, e minha equipe e eu seguíamos invictos, vencendo todas as rodadas. Hoje era o terceiro dia e a última rodada, que decidiria os vencedores finais. Cheguei cedo, como de costume, e aguardava ansiosamente dentro do salão de banquetes.Dada a natureza política do evento, e por ser o dia da decisão final, os presentes eram indivíduos de alto perfil - ou ricos ou influentes - por isso, o local estava completamente isolado.Eu havia trazido apenas Rebecca e minha assistente, Lauren, comigo, deixando Stephen para supervisionar as coisas no restaurante.Enquanto conferia o celular pela centésima vez, o nome de Jared voltou a piscar na tela - ele estava me ligando de novo. Já havia ignorado a primeira chamada, consciente de que não podia me deixar distrair naquele momento crucial.— Rebecca, você poderia conferir se tudo está no lugar? — Perguntei, com a voz baixa e urgente.Ela assenti
(Ponto de Vista de Arielle)Sem perceber, eu apertei as mãos em punhos. Só quando o celular vibrou, indicando que eu havia atingido o volume máximo, percebi que estava apertando o dispositivo enquanto o segurava contra o ouvido. O ar queimava nos meus pulmões como escorpiões em frenesi, e eu mal conseguia respirar, enquanto o mundo ao meu redor continuava girando - indiferente à descoberta que acabara de fazer.De repente, o ambiente se carregou com uma eletricidade estranha. Todos pareciam hipnotizados por seus celulares, assistindo aos mesmos vídeos que eu acabara de ver no meu iPad. O dispositivo escorregou das minhas mãos e caiu aos meus pés - no instante em que bateu no chão, engasguei, puxando meu primeiro suspiro. O som seco do impacto quebrou o silêncio tenso do local, e, num piscar de olhos, todos se viraram em minha direção, lançando olhares desdenhosos e cheios de condescendência.Senti o mundo que eu conhecia escorregar de minhas mãos e se desintegrar aos meus pés como um m
(Ponto de vista de Arielle)Minha mente estava um turbilhão de pensamentos, completamente separada do resto do meu corpo. Eu não conseguia parar de me preocupar. O medo de perder tudo o que construí com tanto esforço desde o início, de ser presa por um crime que não cometi, de enfrentar uma vida inteira de processos que poderiam me falir e me tornar incapaz de cuidar do meu filho… E da minha mãe. Eu não podia permitir que isso acontecesse.Tirei o celular da bolsa e liguei para um advogado, preparando-me para a batalha que estava prestes a começar. A última coisa que eu queria era passar a impressão para o Zeke de que ele poderia sair impune por manchar minha imagem. Não depois de tudo o que passei para conquistar o que tinha.Eu pretendia me dirigir até a van, visto que voltar para o corredor estava fora de cogitação. Esses pensamentos me deixavam distraída. O que eu mais queria era fugir do que me causava angústia. E, além disso, os olhares condescendentes dos convidados mirando na m
(Ponto de vista de Arielle)Minha mãe estava na porta quando chegamos. Seus olhos estavam cheios de calor, carinho e uma genuína preocupação.— Ah, minha filha... — Ela suspirou, puxando-me para um abraço apertado.— Eu jamais envenenaria meus clientes, mãe. Por que eu faria isso? E agora todo mundo parece acreditar nisso. Eu posso perder tudo. E até ir para a prisão... — Comecei a desabafar minha raiva mais uma vez.— Silêncio. — Minha mãe colocou um dedo sobre meus lábios, impedindo-me de falar mais. — Isso tudo é mentira, minha querida. E todos que realmente se importam sabem disso. Vai passar com o tempo. Até a polícia vai ver que você é inocente de todas essas acusações tolas, meu anjo. Então, não se preocupe mais com isso, tá bom?Assenti, como uma criança em busca de consolo. Minha mãe me deixou descansar a cabeça no sofá, enquanto se levantava.— Vou fazer aquele chá para você. Vai te ajudar a relaxar. — Ofereceu com um sorriso gentil, e eu acenei em concordância. — Cuide dela,
(Ponto de vista de Arielle)O ar na sala estava carregado de expectativa e uma leve tensão. Finalmente, eu estava frente a frente com a solução que tanto procurava. Sentada em meu escritório, com Jared acomodado na cadeira à minha frente, aguardávamos, em silêncio atento, o momento em que o vídeo apareceria na televisão. Zeke, por sua vez, encontrava-se em uma agência de mídia, fazendo uma declaração pública para desmentir o boato do seu vídeo que vinha circulando.— Ele está no ar. — Jared comentou assim que o rosto de Zeke apareceu na tela.— Então, senhor Manning, o senhor se apresenta hoje para fazer uma revelação bastante... Controversa. — Iniciou a repórter.O rosto de Zeke estava marcado por uma leve carranca e ele parecia relutante em falar.— Bem... Eu... Eu suponho. — Respondeu, dando de ombros.— O senhor publicou um vídeo online há alguns dias, alegando que o CEO da A&M... — A repórter começou novamente.— Eu sei o que eu disse, droga. — Zeke retrucou. — Olha, foi uma brinc
(Ponto de vista de Micheal.)Eu saboreava uma xícara de café em meu escritório enquanto aguardava a chegada de Arielle. Abri novamente a gaveta para conferir os documentos que havia preparado para nossa reunião, e um sorriso se formou em meus lábios.Houve uma batida na porta, e minha secretária entrou, seguida de perto por Arielle, que a acompanhava com passos firmes. Engoli o desprezo que começava a subir pela minha garganta ao vê-la e forcei o sorriso mais convincente que consegui reunir.— Bem-vinda, Sra. Meyers. Por favor, sente-se. — Apontei para a cadeira. — Não quero perder seu tempo, então vou direto ao assunto.Arielle acenou com a cabeça, dirigindo-se a uma das cadeiras vazias à frente da minha mesa.Não dei tempo para que ela se acomodasse completamente. Inclinei-me sobre a mesa, mantendo um leve sorriso malicioso brincando nos lábios.— Você é uma mulher bastante interessante, Arielle. Fiz minhas pesquisas. Não é de se estranhar que ninguém queira chantageá-la.— Como? — P
(Ponto de vista de Landon)Após sair da sala, fiz um acordo com a professora Maddie: eu não revelaria seu pequeno segredo, desde que ela não denunciasse Annalise para o conselho - e ela concordou. Voltei para o dormitório sem entusiasmo, retirei meu computador da mochila e o liguei, esperando alguma atualização do meu time de hóquei.Não havia nada, e soltei um suspiro de alívio, sabendo que estaria livre durante o fim de semana. Fui tomar um banho e, em seguida, me acomodei no sofá, saboreando lentamente o chá que tanto gostava.Era um tipo de chá que costumava tomar quando ainda estava no grupo, e o levei comigo justamente por isso. Ele tinha o poder de acalmar meus nervos sempre que me sentia tenso, e seu aroma, de certa forma, era reconfortante. Já estava ficando tarde, então deixei a xícara de lado para tirar um rápido cochilo, mas, por algum motivo, não conseguia fechar os olhos. Me mexia de um lado para o outro, suando frio, mesmo com o ar-condicionado desligado.Decidi entrar n
(Ponto de vista de Arielle)Apressei-me para sair do prédio, tentando afastar a estranha experiência que acabara de viver no escritório de Micheal Langley. Ele devia estar completamente louco para achar que eu compraria sequer um pedacinho daquela farsa ridícula. O que mais me divertia era ver até onde as pessoas eram capazes de ir por conta de suas ambições tolas. Rolei os olhos, sinalizando para um táxi. Parecia que o carro estava ali, esperando na esquina o tempo todo, e eu me sentia imensamente grata por poder seguir em frente depois de começar o dia de forma tão horrível.Gritei o endereço para o motorista enquanto subia no banco de trás, soltando um suspiro cansado. Assim que o carro começou a se mover, tirei o celular da bolsa, conferindo meus e-mails. Stephen ainda não tinha me enviado o orçamento financeiro para a feira de alimentos, como prometera.Estava prestes a ligar para ele quando meu celular tocou. Era uma chamada de número desconhecido. Franzi a testa, tentando entend