(NARRATIVA DE JARED)Senti algo se estilhaçar e se retorcer dentro de mim. A notícia me atingiu mais forte do que eu esperava, e por um momento, minha raiva por ela evaporou.Sofia continuou falando, sua voz pequena, carregada de culpa.— Jared... Eu não deveria estar te interrompendo com isso, mas é minha mãe, ela me pediu para...Mas ela foi silenciada pelo olhar gélido da Sra. Gold. Observei quando a mão dela apertou o pulso da filha, quase com força suficiente para o esmagar, como se pudesse a silenciar à força.Meus olhos voltaram para Sofia, havia algo nela agora tão vulnerável que me atingiu como um soco no estômago.Fiquei a encarando mais tempo do que deveria, incapaz de desviar o olhar da dor e da impotência refletidas em seus olhos.A Sra. Gold quebrou o silêncio com um tom afiado e acusador, sua voz cortante como um chicote.— Veja bem, Jared, temos tentado conseguir a ajuda da sua família. Afinal, eu salvei a vida da sua mãe anos atrás...Senti meu olho tremer com a irrita
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Mamãe, o tio Dwayne e eu vamos levar os cachorros para o passeio da noite. Não vamos demorar, te amo! — A voz animada de Maverick ecoou da varanda.Eu estava na cozinha, preparando o jantar, enquanto ele saía com Dwayne, que tinha chegado há poucos minutos.— Certo! — Gritei de volta, ouvindo logo depois os passos se afastando e os latidos felizes dos cães.Suspirei, cobrindo a panela de macarrão antes de me sentar à mesa da cozinha. A noite estava fresca e agradável, os últimos raios de sol atravessando a janela, mas minha mente? Longe de estar tranquila.Já fazia uma semana desde minha briga com Jared, e desde então, não tive mais notícias dele. Dwayne, por outro lado, mesmo com a agenda lotada devido à expansão dos negócios, ainda fazia questão de sair toda noite para passear com os cachorros com Maverick. Com três cães agora, isso virou um ritual diário, algo cronometrado.Sempre que olhava para o filhote de golden retriever, não conseguia evitar lembrar de
(NARRATIVA DE ARIELLE)— Mesmo assim, obrigada. — Disse a Sra. Harrison, seu olhar insistente.Assenti com um sorriso caloroso.— De nada. — Respondi, percebendo que a mulher mais velha não desistiria enquanto não ouvisse essas palavras.Ela sorriu, parecendo relaxar agora.— E, Sra. Harrison. — Chamei, minha voz assumindo um tom mais sério.— Sim? — Ela respondeu, levantando os olhos para mim com expectativa, enquanto seu marido permanecia ao seu lado. Felizmente, sua aparência havia voltado ao normal e ele parecia bem novamente.— Sabe, à medida que envelhecemos, nossos hábitos alimentares mudam. Alguns alimentos se tornam mais difíceis de mastigar, então precisamos os substituir por opções mais macias, comecei com cuidado.O Sr. Harrison suspirou, parecendo um pouco desconfortável.— Sempre somos muito cuidadosos com o que comemos — Disse ele, como se ponderasse suas palavras. — Desculpe se causamos algum problema.Balancei a cabeça com um sorriso tranquilizador.— De jeito nenhum,
(Ponto de Vista de Arielle)Às 19h, no Grande Imperial Hotel.— Você tem que se recompor. — Disse a mim mesma, jogando água fria no rosto.A tarde passou em um instante. — Provavelmente porque minha mente estava sempre vagando.Stephen havia resolvido tudo, e eu cheguei 20 minutos antes do horário combinado. Agora, me via ali, presa naquele limbo desconfortável.Quão difícil poderia ser? Negociar com os fornecedores, ajudar clientes a resolver problemas, facilitar encontros às cegas e, talvez, pegar meu ex-marido em flagrante?— Se eu sobreviver a essa noite, vou comprar um bilhete de loteria. — Murmurei, um sorriso amargo surgindo em meus lábios.Olhei para o relógio novamente e então saí do banheiro, me dirigindo para uma mesa mais próxima, com vista para o mar.Foi então que a avistei, Margaux, a jovem que supostamente era neta dos Harrisons, esperando seu encontro.Ela parecia delicada, calma, quase etérea, vestida com um lindo vestido azul. - Algo digno de um filme francês. Ela ex
(Ponto de Vista de Arielle)Sofia até me deu um olhar ligeiramente de apologia enquanto passava, segurando o braço de Jared.Eu deveria parecer uma tola, ali parada daquele jeito.Ashley, já puxando a manga e cerrando o punho, murmurou:— Vou perguntar a ele o que ele acha que está fazendo.— Não me puxe! — Ouvi seu protesto enquanto Roman agarrava seu braço.Margaux, suspirando, interveio:— Por que não ouvimos o que a Arielle tem a dizer primeiro?Ashley virou-se rapidamente para me encarar, com uma expressão feroz.— Ari, não se preocupe. Eu vou descobrir exatamente o que está acontecendo.Balancei a cabeça.— Não pergunte nada a ele. Não temos mais nada a ver um com o outro.O rosto de Ashley passou por várias emoções antes que ela finalmente perguntasse:— O que você quer dizer com isso?— Quero dizer que... — Fiz uma pausa, organizando meus pensamentos. — Nós brigamos há alguns dias e eu disse a ele que acabou. Não temos mais nada entre nós.O silêncio pairou no ar por um longo m
(Ponto de Vista de Arielle)Ashley se inclinou sobre a divisória entre o lado do motorista e o lado do passageiro, esticando o pescoço para que o motorista pudesse ouvi-la.— Com licença, desculpe interromper, mas precisamos voltar e levar a Margaux para casa primeiro.— Certo, senhora. — Respondeu o motorista, e imediatamente colocou o carro em marcha ré. Conforme acelerávamos, fiquei aliviada por poder cuidar de Margaux para seus avós. Tudo o que eu queria era garantir que ela chegasse em casa em segurança, e depois Ashley e eu pegaríamos um uber até a casa de sua mãe.Nos acomodamos em silêncio, com o suave ronco de Margaux, o som do motor do carro e os carros passando ocasionalmente quebrando o silêncio.Logo, o carro parou na frente da casa dos Harrisons, uma acolhedora casa vitoriana com um jardim bem cuidado. Enviamos o motorista para chamar o mordomo e ajudá-lo a levar Margaux para dentro.— Muito obrigada, pessoal. — Disse Margaux, com a voz sonolenta, enquanto o mordomo a aju
(Ponto de Vista de Arielle)Tanto Ashley quanto sua mãe me olharam ao mesmo tempo, com seus olhos arregalados de surpresa.A expressão da Sra. Thompson era de alívio, onde seu rosto se relaxou, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Ashley, por outro lado, parecia mais confusa do que surpresa, com as sobrancelhas franzidas.— Eu prometo que vou ver o que posso fazer. — Acrescentei, tentando não dar falsas esperanças. Não queria decepcioná-las, não depois de ter concordado em ajudar.A Sra. Thompson assentiu, com seu sorriso caloroso retornando ao rosto.— Sou muito grata, obrigada, Arielle. — Agradeceu, com a sua voz carregada de emoção. Ela estava à beira das lágrimas.Antes que eu percebesse, a Sra. Thompson me puxou para um abraço. Eu retribuí, envolvendo meus braços ao redor dela e a segurando, enquanto tentava evitar os olhos questionadores de Ashley.Após nos soltarmos do abraço, declarei minha intenção de ir embora.— Acho que está na hora de eu ir. — Disse, olhando
(Ponto de Vista de Arielle)Quando cheguei ao clube quase 40 minutos depois, a subordinada de Dwayne, Claire, já me esperava na entrada. Como de costume, ela estava imponente, com uma expressão severa no rosto.— Por aqui, por favor. — Disse ela, educada, mas firme, guiando-me com segurança pelo clube lotado, navegando com destreza entre as pessoas que estavam se divertindo.Eu silenciosamente agradeci a Dwayne. Ele sempre esteve ao meu lado, até em situações como essa.Passamos pelo bar, onde o bartender preparava uma variedade de bebidas, desde as de cores vibrantes até as flamejantes, enquanto as pessoas se aglomeravam ao redor dele, saboreando copos e mais copos.À medida que continuávamos a caminhada, não pude evitar o crescente desconforto que se espalhava por mim. O clube estava mal iluminado, mas o suficiente para distinguir qualquer pessoa. Era o tipo de lugar onde qualquer coisa poderia acontecer, e minha preocupação com Ashley só aumentava.Então, inesperadamente, esbarrei e