(NARRATIVA DE JARED)
— Espero ter sido clara. Porque da próxima vez, não serei tão gentil! — Sibilou a mãe de Arielle entre os dentes cerrados. Bastou um olhar no fogo de seus olhos para que eu soubesse que ela não estava brincando com sua ameaça.
O local onde sua palma havia atingido minha bochecha ardia como se tivesse sido mergulhado em óleo fervente. Olhei além dela e vi Arielle. Um breve olhar de pena cruzou seu rosto antes de sua expressão se endurecer em hostilidade. Desviei o olhar, envergonhado, levando a mão ao rosto.
— Claro, senhora. — Murmurei, com os olhos fixos no chão enquanto me afastava lentamente delas.
Mal dei três passos para trás antes que a mãe de Arielle passasse por mim em disparada, guiando o menino com uma das mãos. Meus olhos seguiram seus movimentos, cruzando brevemente com os do menino enquanto sua avó o colocava em um carro que aguardava fora do terreno da escola.
Quando me virei para encarar Arielle, percebi que ela de alguma forma havia passado por mim