Davi estava prestes a pressionar o polegar para encerrar a ligação quando parou por um momento, olhando para ela sem entender, até que o som insistente do toque o trouxe de volta à realidade. Deslizou o dedo para atender a chamada. — O que... — Ele mal começou a falar quando foi interrompido por uma voz feminina, irritada e de meia-idade. Era a mãe de Valentina. — Davi, você perdeu completamente a consciência? Minha filha desapareceu por três anos com você quando foram viajar para o País M. Agora que conseguimos trazê-la de volta, você a engravida e a abandona! Não tem vergonha? Ela está em recuperação, com o corpo destruído, e você simplesmente a deixou? Ela salvou a sua vida, e é assim que você retribui? E ainda anda por aí com uma vagabunda que apareceu se sabe lá de onde, levando essa mulher para viagens ao exterior! Você ainda tem coragem de se chamar de homem? A voz irritada da mãe de Valentina ecoava pelo telefone, alta o suficiente para que Sophia, sentada do outro la
Davi parou de caminhar e não respondeu, mas ordenou a Gabriel: — Deixe mais alguns seguranças para protegê-la. — Após dizer isso, ele saiu com Gabriel e uma pequena parte dos seguranças. Os dois se afastaram, indo em direções opostas. Um permaneceu sentado no mesmo lugar, continuando a tomar o café da manhã sem se despedir, enquanto o outro, irritado pelo pedido de celular dela, deixou o hotel a passos largos, sem olhar para trás. O som dos passos de Davi desapareceu gradualmente, e Sophia continuou sentada à mesa, tomando o café da manhã tranquilamente. Sem pressa, ela terminou de comer e disse aos seguranças próximos: — Preparem o carro. Vou voltar para me maquiar e me arrumar antes de sairmos. — Sim, Srta. Sophia. Com a expressão serena, Sophia retornou ao quarto e abriu o buquê de íris que havia comprado no dia anterior. "Boas notícias vêm de longe." Ao abrir a embalagem, ela encontrou um celular escondido dentro do buquê. No momento em que tocou o arranjo ontem
Quando Davi chegou ao hospital, Valentina já estava com os ferimentos tratados e descansava sentada na cama. Os pais de Valentina estavam com ela no quarto. Ele bateu na porta antes de entrar. — Davi, você veio. — Valentina foi a primeira a notá-lo. Seu rosto estava pálido e frágil, sem cor, mas seus olhos brilharam ao vê-lo. Os pais de Valentina, ao ouvirem a porta, se viraram. Hilário parecia relativamente calmo, embora seus olhos revelassem certa insatisfação. Hildegarde, no entanto, soltou um bufar de reprovação assim que viu Davi. — Hum, o grande presidente de uma multinacional está realmente ocupado! Só aparece quando ligamos, não é? Minha filha salva sua vida e, agora, mal volta e quase perde a própria por causa dele. Que ingrato! Valentina franziu as sobrancelhas, visivelmente desconfortável. — Mãe, por favor, não diga isso. Não foi culpa do Davi, foi minha própria falta de cuidado. — Você sempre o defende, mesmo depois de ele ter te decepcionado. — Hildegarde re
Ele realmente tinha um colega que era psicólogo.Depois de resolver as pendências, Davi estava a caminho do aeroporto, já no primeiro andar do prédio do hospital. Sua pálpebra direita não parava de tremer, o que só aumentava sua ansiedade."Agora que a situação de Valentina estava resolvida, restava apenas Sophia, que estava em País R. Ela não iria aproveitar essa oportunidade para fugir, certo?"Ele não conseguia relaxar e, de repente, começou a se arrepender de não tê-la trazido de volta com ele.Parou e ligou para o segurança responsável por protegê-la. O tom de ocupado soou por um longo tempo, mas ninguém atendeu.Justamente nesse momento, outro celular tocou; era o telefone de Sophia.Quando estava voltando de avião, ele, curioso, quis saber mais sobre Sophia e, ao retornar, havia ligado para o celular dela.Desligou a chamada que fez e atendeu a dela.— Alô, bom dia, aqui é o Hospital São Jorge. Eu gostaria de falar com a Srta. Sophia, por favor?Davi respondeu:— Não, não é ela.
O mundo girava, e um zumbido agudo e estridente preenchia seus ouvidos. Havia ocorrido um terremoto perto da Pousada Águas Termais, na Vila das Águas... Sophia... Era o hotel que haviam reservado, e Sophia ainda estava lá. Não, ele havia planejado o roteiro para aquele dia, Sophia sairia para passear e provavelmente não estava no hotel agora. Davi pensava com uma esperança irracional. — Gabriel, Bryan, vamos para o aeroporto agora, imediatamente, pegar o primeiro voo para o País R! A voz de Davi tremia, sua visão escureceu e, ao dar um passo à frente, não conseguiu se manter em pé e caiu para o lado. Gabriel e Bryan correram para segurá-lo, com o rosto cheio de preocupação, gritando: — Presidente Davi! Aeroporto. Davi continuava tentando ligar, tentando entrar em contato com o local. O assistente Bryan empurrou a porta da sala VIP. — Presidente Davi, devido ao terremoto na Vila das Águas, todos os voos para lá foram suspensos. Bryan abaixou a cabeça, sem cor
— O que você quer dizer com eu me preocupar demais? — Hildegarde disse, olhando ao redor da sala, sem ver Davi. Irritada, ela continuou: — Onde está o Davi? Já foi embora? O que é esse homem? Minha filha perdeu o bebê por causa dele, e ele não está aqui para ficar com ela! Onde ele está correndo agora?Hilário não queria ouvir a esposa gritar sem parar.— Chega, fala menos. Ele é o presidente, está ocupado, é normal.— O que tem de normal? Como você pode ficar do lado dele? — Hildegarde olhou para o marido com raiva e continuou a brigar. — Eu estou pedindo para ele assumir a responsabilidade pela Valentina! Ela engravidou e perdeu o bebê, e ele não vai se casar com nossa filha?— Mesmo o presidente não pode ser tão irresponsável! — Depois de repreender o marido, ela se virou para Valentina, tentando confortá-la. — Filha, não se preocupe, a mamãe vai fazer justiça para você. Vou garantir que ele assuma a responsabilidade.As principais plataformas de notícias estavam cobrindo a notíci
Ele procurou um dia, dois, três... até que o sétimo dia se passou. O governo local divulgou a lista de vítimas, e o nome de Sophia estava claramente entre elas. "Não, Sophia não pode morrer. Ela é tão inteligente, sempre estava pensando em como sair de tudo, não é? Ela com certeza deve ter tentado escapar do hotel quando eu voltei para o meu país. Ela vai escapar de mim, ela não vai morrer! Como ela poderia morrer? " A lista foi apertada com força nas suas mãos, amassada, com as veias saltadas nas costas das mãos. Ele abaixou a cabeça e respirou profundamente. Quando levantou o olhar, seus olhos estavam visivelmente vermelhos. Rasgou a lista e a jogou no chão. — Procurem, continuem procurando. — Davi, com a voz rouca e quase irreconhecível, disse com firmeza. — Bryan, entre em contato com mais equipes de resgate, gaste o quanto for necessário, mas continuem procurando. Mesmo que tenhamos que cavar até o último centímetro do chão, eu vou encontrar a Sophia. — Davi. — Samuel d
Antes que ela pudesse terminar a frase, foi interrompida por Davi, com um tom frio.— Você não está bem, vou mandar alguém te levar de volta."Valentina não pode ficar aqui, e se Sophia voltar e ver isso? Vai ficar com raiva..."Ela ficaria com ciúmes.Quando Sophia voltar, ele não vai mais fazer ela ficar chateada. Mulher grávida não pode ficar nervosa nem irritada. Não, mesmo depois que ela tiver o bebê, ele não vai mais fazê-la ficar brava.Se ela não quiser que os seguranças a acompanhem, ele não vai mais insistir. Se ela quiser se casar, eles vão ao cartório. Se ela quiser trabalhar como artista, ele a apoiará com todas as forças.Em resumo, ele vai sempre seguir o que ela quiser. Não vai mais ser autoritário nem controlá-la.— Davi... — Valentina protestou, querendo dizer algo mais.— Gabriel, leve ela embora. — Davi gritou para a porta do quarto.Gabriel abriu a porta e entrou.— Srta. Valentina, por favor.Depois de enviar Valentina embora, Gabriel voltou para o quarto.— Leve