“Precisava algo mais forte. Precisava algo que entorpecesse sua alma. Precisava da pedra”. O Ladrão do Sol conta a emocionante história Nico, um jovem que fugiu sua cida e foi parar no Rio Janeiro, on acabou se envolvendo o tráfico drogas. Apaixonado por Débora, Nico tenta escapar do crime para ficar seu gran e único amor, mas, é envolvido em uma trama morte e struição. Para ele, o crack é a única coisa que po fazê-lo esquecer da dor e do vazio em que se transformou sua vida. Agora, modificar seu stino, “tirar essa pedra do seu caminho”, só penrá sua força vonta. Este livro é um instrumento prevenção e conscientização jovens e adultos sobre os ds que a pendência química causa nas famílias e na socieda. Além ser um alerta sobre o por do amor, da família e da motivação no tratamento do usuário. Para Júlio César, Guillherme, Vitória Regina e Isabella. E para Camilly, meu raio sol.
Ler maisSer feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo ...
(Fernando Pessoa)
Prólogo
Quando amanheceu, voltou à linha do trem. Precisava de algo mais forte, algo que o fizesse esquecer aqueles gritos. Começou a caminhar pelos trilhos e viu um grupo de garotos fumando crack. Parou por alguns minutos. Toda a dor daquele momento voltou a martelar seu peito. Como em um clipe, as lembranças aceleravam em sua mente, descontroladas, fora de ordem.
Nico precisava esquecer aquele momento. Tirar da sua cabeça ou então, enlouqueceria. A maconha já não fazia efeito e ele continuava sentindo toda aquela dor. Precisava de algo mais forte. Precisava de algo que entorpecesse sua alma. Precisava dela, sim, ele precisava dela. Somente ela seria capaz de lhe trazer a tão sonhada paz. Ele precisava da pedra. Voltou e observou os garotos fumando, sentados no chão de pedras.
O garoto ofereceu o cachimbo a Nico.
― Toma aí fera. Senta aí.
Nico estendeu a mão e pegou o objeto. Sentou-se à beira da linha e sem pensar em nada aspirou.
Tuim!
“Não, não tenho caminho novo.O que tenho de novoé o jeito de caminhar.”Thiago de Melo Antes de voltar ao Rio, Clara e Nico foram ao local onde Dona Anita e seu Fernando estavam enterrados. Foi um momento de muita emoção para os dois, mas também de muita paz. Clara rezou por seu pai e disse que o perdoava. Nico agradeceu por tudo que viveu naquele lugar. Agora era hora de começar uma nova vida. Uma vida digna e honrada como era o desejo de seus avós. Quando chegaram à mansão contaram tudo o que havia acontecido. Foi uma emoção só. Lia foi
“Embora ninguém possa voltar atráse fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”Chico Xavier A viagem de Nico deixou Débora apreensiva. Ela tinha medo que ele não estivesse presente na hora do parto e sabia o quanto este momento seria importante para sua recuperação. Por esse motivo, prometeu ficar em repouso absoluto durante o final de semana. Não queria correr o risco de ter o parto antecipado. Na hora da despedida Nico encheu Débora de beijos e abraços, acariciou e conversou com a barriga, pediu à filha que esperasse ele voltar para nascer. D&
“Liberdade busca jeito. Sou água que corre entre pedras. Quem anda no trilho é trem de ferro.”Manoel de Barros Era início de fevereiro. Débora, Clara e Lia chegaram à clínica por volta das onze horas. Débora estava agitada e andava de um lado para o outro, sem se importar com o peso do barrigão de oito meses. Clara tentava acalmá-la. ― Calma, minha filha. O Dr. Francisco garantiu que ele está ótimo. Agora é manter o tratamento para que ele não tenha uma recaída. ― Este é o meu maior medo. Que ele n&atil
“Recria tua vida, sempre, sempre.Remove pedras e planta roseirase faz doces. Recomeça.”Cora Coralina Débora estava grávida. Nico demorou alguns segundos para organizar seus pensamentos. Tentava entender a dimensão dos últimos acontecimentos. Com a ajuda de Lia, Débora sentou no degrau da escada e sentiu o odor desagradável que Nico exalava. Mesmo assim estava emocionada. Nico olhou em seus olhos ainda tentando entender o que aquilo tudo significava. Débora não conseguia parar de chorar. Ela estava completamente assustada com o estado de Nico. Magro, debilitado, os olhos fundos. Aqueles olhos tão azuis e brilhantes q
“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”Thomas Edison Nico aproveitou um momento de distração dos monitores e escalou o muro que ficava atrás dos quartos. Atravessou a rede de arame farpado e pulou de uma altura de três metros. Quando chegou ao chão torceu o tornozelo. Sentiu uma dor terrível, mas começou a correr em direção à mata. Quando os monitores perceberam a fuga, Nico já estava muito longe. Ele caminhou por horas até chegar a uma estrada. Com as pernas trêmulas sentou em um banco no ponto de ônibus. Pediu dinheiro às pessoas que esperavam a condução. Depois de
"Nem tudo o que enfrentamos pode ser mudado.Mas nada pode ser mudado enquanto não for enfrentado."James Baldwin A noite fora do hospital foi um pouco assustadora para Nico. Apesar de continuar tomando os medicamentos, tinha medo de que a fissura voltasse e ele acabasse fugindo dali. Dormiu no quarto de hóspedes. O sono veio rápido devido ao calmante receitado pelo Dr. Carlos. Mas quando acordou no dia seguinte sentiu um intenso desconforto. Receio em encontrar o pai de Lia. Sentia-se como um intruso naquela casa. Não havia motivo para receber tantos cuidados, mesmo tendo ajudado as duas. Ele não pertencia àquele mundo, não pertencia àquela família. A única c
Último capítulo