Megan Miller era uma garota correta, que não fazia nada errado e sempre se preocupava seus atos. Uma única noite um desconhecido foi capaz de colocar abaixo toda sua sensatez e pudor. Apaixonada e sem saber nada sobre ele, ela desiste de encontrá-lo novamente. Sua família decide fazer um acordo os Collins dando-a em casamento ao caçula, Axel, seu amor adolescência. Agora Meg tem um marido e seu mundo desaba quando o desconhecido pelo qual tanto procurou está de volta... Sob o mesmo teto que ela. Megan será capaz de suportar tudo que o destino reservou para ela?
Ler maisEstávamos todas sentadas na sala conforme meu pai pediu. Reunião em família. Não costumava ser muito comum, mas acontecida vez ou outra, geralmente para dar bronca. Com três filhas mulheres solteiras dentro de casa, nem sempre era tudo tranquilo. Ambas tínhamos personalidades diferentes e brigávamos por atenção o tempo todo. Então às vezes meu pai simplesmente "surtava" e dava uns gritos para acabar com as confusões. Mas naquele dia estava tudo bem... Não havia tido nenhuma discussão. Não que eu tenha visto. Eu estava de frente para meu pai, Pedro Miller. Minha mãe sentou-se ao lado dele. Eu não tinha certeza se ela sabia ou não do que se tratava aquela conversa. Michelle estava deitada numa poltrona, com as pernas para cima. Minha irmã mais velha sempre queria exclusividade e vida boa e aquilo me incomodava um pouco. Martina sentou-se ao meu lado, com seu jeito alegre e sem dar muita importância ao que estava acontecendo, focada no celular.
- Martina, largue o celular.
Ela olhou para nosso pai e fez o que ele solicitou, mesmo a contragosto. Nosso pai não era um homem bravo ou autoritário, mas ainda assim tinha nosso respeito. Sempre lutou para nos dar tudo que tínhamos. A família Miller era pobre, embora não passasse necessidade, mas era unida. E sempre tivemos os itens básicos pelo trabalho do nosso pai. Minha mãe sempre ficou com a tarefa de cuidar das filhas, já que dávamos um pouco de trabalho quando pequenas. E Noriah não era um lugar bom para arranjar emprego, especialmente para mulheres. O reino estava em decadência e o fim da monarquia era apenas uma questão de tempo. Meu pai não gostava da rainha, mas também não se envolvia nos movimentos rebeldes e também não queria que participássemos de forma alguma. Ele tinha medo que pudesse acontecer algo conosco.
- Pois bem, o que exige tanto nossa atenção? Eu não me lembro de ter acontecido nada errado hoje. – falou Michelle pensativa.
- Sim... Foi tudo tranquilo. – disse Martina. – Aliás, acabei de chegar da escola... Nem deu tempo de brigar.
Comecei a rir. Neste caso, era sempre eu e Martina contra Michelle.
- A notícia é importante... A melhor que já tivemos em toda nossa vida.
Eu fiquei curiosa e me arrumei melhor no sofá. O que teria acontecido?
- O que houve? – perguntou minha mãe. – Estou começando a ficar preocupada.
Então minha mãe também não sabia o que estava acontecendo. Meu pai continuou:
- Já faz um tempo que um tio distante dos Miller estava bem doente... E ele faleceu na semana passada.
- Que tio é esse? – perguntei. – Nós não o conhecemos?
- Na verdade, não. Como disse, é um parente distante.
- E... – perguntou Michelle. – O que temos a ver com o tio que nunca vimos?
- Seu parente? De quem exatamente estamos falando? – perguntou Marta, minha mãe.
- Lewis Miller, meu parente. – ele explicou. – Ele era rico... Na verdade, milionário.
- Isso quer dizer que estamos de luto? – perguntou Martina. – Isso não é justo... Nem o conhecíamos.
- Não... Isso não quer dizer que estamos de luto... Pelo contrário. – disse ele. – Nós precisamos comemorar a morte de Lewis Miller porque ele deixou toda a herança para mim.
Todas fitamos nosso pai confusas com as palavras dele. Eu perguntei:
- Como assim?
- Isso mesmo que vocês ouviram: os Miller são os mais novos milionários de Noriah Sul.
- Isso só pode ser brincadeira. – disse Michelle levantando do sofá.
- Você não falou nada sobre isso, querido. – disse minha mãe tentando absorver a notícia.
- Estamos ricos, milionários... E isso não é uma brincadeira.
- Posso gritar? Pular? – perguntou Martina.
- Sim... – ele disse sorrindo.
Não levou mais de um segundo para todas começarem a pular e gritar. Eu continuei sentada, tentando entender tudo aquilo e buscar uma explicação.
Martina me puxou pela mão e olhou nos meus olhos:
- É verdade, Meg... Não precisa ficar pensativa. Nosso pai não nos mentiria isso.
Eu dei alguns pulos, mas ainda parecia um sonho. Vivemos uma vida privada de tantas coisas que eram benefícios de tão poucos que parecia não ser verdade. Como eu disse, nunca passamos fome, mas nada foi fácil para nós. Eu estava em escola privada, mas era bolsista. Michelle havia aberto mão da faculdade por meu pai não ter dinheiro para pagar. Então ela ficava pulando de emprego em emprego, ganhando uma miséria por cada um que passava. Martina, como não era muito esforçada e focada nos estudos, ficara na escola pública, pois não conseguira a bolsa onde eu estudava. E ela nem se importava muito com isso. Minha irmã caçula só tinha um objetivo na vida: vivê-la como se não houvesse amanhã. Michelle, por sua vez, sempre quis subir na vida e ser mais do que éramos. Então focava em encontrar um marido rico. No entanto com seus 24 anos isso ainda não havia acontecido. Então ela colecionava pretendentes ao longo dos anos. E eu a invejava, pois havia uns homens muito lindos que dariam qualquer coisa por ela. Mas se eles não tivessem dinheiro suficiente, eram recusados.
- Somos ricos... Isso só pode ser um sonho. – gritou Michelle.
A comemoração durou pouco. Embora estivéssemos felizes, era tudo muito surreal.
- Amanhã cedo eu e sua mãe precisaremos partir para Noriah Norte. – avisou meu pai. – Resolvermos as questões legais.
- Ficaremos sozinhas? Eu não tenho tempo para cuidar de Megan e Martina.
- Você tem tempo sim, querida. – disse minha mãe. – Sei que você saberá usufruir muito bem desta herança quando ela estiver em nossas mãos. Então precisa colaborar.
- Desde quando precisamos ser cuidadas por você, Michelle?
- Sua irmã é maior de idade e é responsável por vocês sim. – disse meu pai.
Michelle sentou-se com cara feia no sofá, insatisfeita. Certamente não era por mim e sim por Martina. Nossa irmã caçula dava trabalho até para meus pais, imagina para ela.
- Eu sou mais responsável que Michelle. – aleguei.
- Meninas, vocês estão ricas e ainda assim estão perdendo tempo com brigas desnecessárias? – perguntou Marta.
No fim ela tinha razão. Aquela discussão era desnecessária frente à notícia bombástica que havíamos acabado de receber.
Quando deitamos ficamos conversando sobre isso. Eu e Martina dormíamos no mesmo quarto. Michelle ficava sozinha em outro. Por isso eu era mais apegada à Martina. Era uma vida dividindo um quarto e nossos sonhos.
- O que será que vai mudar na nossa vida? – me vi perguntando enquanto olhava para o teto, na luz fraca que usávamos para dormir. Eu tinha medo de dormir no escuro, então sempre usei algo que clareasse o quarto durante a noite.
- Tudo? – perguntou Martina rindo.
Eu ri.
- Eu não sei o que é melhor, Meg, se ficarmos ricas ou sozinhas no final de semana.
- Está falando sério que é nisso que pensa?
Martina levantou a cabeça do travesseiro e me olhou:
- Eu vou ficar longe daqui, pode acreditar.
- Como assim?
- Vou para a casa de Dex.
- Martina, você é louca.
- Acho que você deveria fazer o mesmo... Se divertir.
- Por que eu viveria como se não houvesse amanhã porque nossos pais vão buscar uma herança em outro país?
Ela riu e deitou-se novamente:
- Meg, deixe de ser certinha...
- Não entendi.
- Entendeu sim.
- Por favor, Martina... Isso não tem nada a ver.
- Meg, você gosta de alguém?
Eu pensei um pouco e disse:
- Gostar, gostar... Não. Mas tem um rapaz que me interessa.
- Quem? – ela perguntou curiosa. – Você sempre nega... Diz que não gosta de ninguém... Hoje vai confessar?
- Não é confessar... Eu não gosto dele. Disse apenas que ele me interessa.
- Então ele é um rapaz de sorte... Porque Megan Miller aos 17 anos nunca se interessou por nenhum garoto de verdade.
- Mentira, Martina.
Ela riu:
- Fala logo... Quem é?
- Axel Collins.
Ela levantou rapidamente a cabeça e disse:
- Axel? Você disse Axel Collins?
- Sim...
- Ele é... Perfeito. O sonho de toda garota.
Eu ri:
- Por isso eu disse que ele só me interessa, nada mais.
- Ele estuda na mesma escola que você, não é?
- Sim.
- Ele é lindo, perfeito, rico, está em todos os jornais, revistas e redes sociais. Não vejo você com ele.
- Por que não? Acha que sua irmã não merece um homem bonito? – brinquei.
- Claro que não, Meg... Você é linda. Mas não gosta de chamar a atenção. Axel deve pagar para chamar a atenção. É o playboy mais disputado de Noriah depois do príncipe Dereck.
- Eu não disse que quero casar com ele, Martina. Só acho ele... Fofo.
- Fofo? Axel não parece nada fofo. Mas se você quiser eu posso pedir para Dex arrumar um amigo dele para você no final de semana.
- Eu não quero um encontro arranjado. Não preciso disso.
- Claro que precisa. Há quanto tempo você não beija?
- Uns meses. – admiti.
- Está na hora de beijar... E perder a virgindade.
- Eu não acredito que estou conversando sobre isso com a minha irmã de 15 anos. Acho que é hora de encerrar este assunto.
- Acha mesmo? Melhor discutir isso comigo do que com Michelle, que só consegue pensar nela mesma.
- E você pensa mais em mim do que em si mesma. Eu estou bem quanto à não beijar por um tempo e ainda ser virgem.
- Vai me dizer agora que está esperando o príncipe, Meg? Dereck é mais impossível que Axel e Magnus... Bem, acho até que ele vai casar em breve. Além do mais, é velho para você.
Eu ri. Virei para o lado e fechei meus olhos. Não queria mais conversar sobre aquilo. Martina tinha a cabeça oca.
- Vai mesmo me deixar falando sozinha?
- Sim... – eu disse.
- Está esperando o que para aproveitar os prazeres da vida, Meg?
- A hora certa? O homem certo?
- Isso não existe... Nem homem nem hora.
- Martina, me deixe.
- Se mudar de ideia, me avise. Dex tem uns amigos lindos.
Ela não viu minha cara de entediada com a fala dela. Fechei meus olhos e tentei dormir, pensando em como seria ser rica do dia para a noite.
Chegou o dia da festa de comemoração do primeiro aniversário de Mel. Eu estava nervosa e ansiosa ao mesmo tempo. Aquele era um momento muito especial para nós. Mel iluminava nossos dias e unia a todos nós. Era uma criança especial, que contagiava com sua alegria e sorrisos todos os dias. Já chamava por mamãe e papai e balbuciava algumas outras palavras, principalmente o nome de alguns alimentos. Ensaiava os primeiros passinhos também.Comprei um vestido lindo para ela. Ela não parecia uma princesa, ela realmente era uma princesa para nós.Os convidados começaram a chegar. Felizmente a decoração estava perfeitamente bem montada no jardim da casa de campo, que continuava sendo o local onde morávamos. Não pensei em outro lugar para comemorar a festa da nossa filha do que na casa que tanto amávamos. O dia estava ensolarado e com temperatura a
Eu estava envolvida com vários documentos da empresa Sweet M quando meu chefe entrou pela porta. Eu estava de costas e não o via, mas sentia o cheiro do perfume dele impregnando o ambiente.- Senhorita Miller? – ele chamou.Virei-me e ele me entregou um lindo cupcake decorado com pequenos corações coloridos.- Um chefe que se preocupa com o bem estar de seus funcionários... Gosto disso. – falei provando aquela delícia que estava entre os meus dedos.- O que achou?- Perfeito. Parece ainda melhor que os outros.- Este não fui eu que fiz... Mas dei o nome: Mel.- Noah... Isso é tão fofo.- Na verdade estava com os confeiteiros pensando em algo diferente para a festa da nossa filha. Então surgiu esta ideia. A massa é à base de frutas e mel.- Pelo visto você está se saindo muito bem nos doces tamb&eacut
Caminhando, mas como se não conseguisse sentir minhas próprias pernas, fui até eles e Axel estava por cima dela. E eu rezei, com uma fé que eu nunca tive, para que ela tivesse levado o tiro.Eu e Martina ficamos em estado de choque observando Axel levantar do chão, com sua roupa ensanguentada, completamente perturbado. Amanda estava ferida... Ou morta. Eu não sabia. Em questão de segundos, Noah estava do meu lado e alguns policiais armados entraram na casa.- Meg, você está bem? Responda...Eu queria responder, mas eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Era como se tudo aquilo fosse um pesadelo e eu estivesse tentando acordar, mas não conseguia.Observei Axel abraçar Martina e os policiais correrem até Amanda. Depois eu senti os braços de Noah me tirando do chão... E tudo ficou completamente escuro.Quando
- O que você está fazendo aqui? – perguntei confusa e amedrontada.- Eu estava com saudade das minhas irmãs favoritas... Entrem.- Acho melhor não. – falei dando um passo para trás.- Você tem uma faca aí? – perguntou Martina nervosa.- Não... Por que eu teria uma faca? Como vocês me julgam mal. – ela riu. - Eu tenho uma arma... Na minha mão, atrás da porta.Senti meu coração bater mais forte e olhei imediatamente para Mel. Novamente minha filha estava em perigo por causa daquela louca. Até quando isso iria acontecer?Ela abriu a porta e entramos. Realmente ela tinha uma arma na mão. Eu não sabia se era verdadeira, muito menos se tinha balas. Nunca vi um revólver na frente em toda vida.- Sentem-se e fiquem a vontade. – ela disse indo até o bar e pegando um drinque.
Fui até a porta do escritório dele e a abri lentamente, sem bater. Não sei exatamente o que eu esperava. Quando Noah me viu ficou surpreso. Ele estava sentado em sua cadeira e Antonella à sua frente. Ela me olhou e eu não tenho certeza do que os olhos dela revelavam. Tive ciúme, mas tentei me conter.- Meg... Que surpresa boa. – ele disse vindo até mim e pegando Mel do meu colo.- Você nos deu um susto hoje, minha querida. – ele falou com Mel, que já começava a balbuciar um “pa” quando o via, o que o deixava completamente rendido a ela.Enquanto eu não sabia exatamente como agir e estava meio cega de ciúme, ele parecia estar completamente à vontade.- Oi. – cumprimentei Antonella.- Oi. – ela respondeu secamente.Aquela mulher era absolutamente perfeita e conseguia acabar com a autoestima de qualquer pes
Tentei não pensar que era um anel, mas senti meu coração bater descompassadamente. Desfiz o laço e retirei a pequena tampa, onde havia uma chave descansando sobre o veludo vermelho. Eu poderia dizer que fiquei um pouco decepcionada, mas não fiquei: era a chave de um carro.Olhei-o procurando maiores explicações.- Eu sei que você queria outro carro... Então eu comprei para você.- Mas eu disse que compraria, Noah. Com o meu salário.- Eu quis lhe dar de presente.- E o que fez com meu outro carro?- Mandei levar para a casa dos seus pais.- Você fez o que? – perguntei imaginando não ter ouvido certo.- Espero que não se importe. Não precisamos dele mesmo. E ainda é outro problema a menos para você. – ele sorriu.- Noah, como eu pude deixar você ficar tanto tempo longe de mim?<
Último capítulo