Henrique não disse nada de imediato. Apenas caminhou até a sala dele e, sem olhar para trás, disse em tom baixo:— Diana, entra. Agora.Ela entrou. A porta se fechou com um clique seco, definitivo. Do lado de fora, Ágata permaneceu imóvel, sentada, mas com todos os sentidos em alerta. O silêncio do escritório nunca pareceu tão barulhento.Dentro da sala, Diana cruzou os braços.— Há quanto tempo? — perguntou, direta, sem rodeios.Henrique respirou fundo, passou a mão pelo rosto, gesto de quem já estava cansado antes mesmo da conversa começar.— Não tem nada acontecendo do jeito que você está imaginando.Ela riu. Não foi um riso alto, foi curto, descrente.— Henrique, eu te conheço há anos. Eu sei quando você se afasta. Sei quando você muda o cheiro, o humor, o jeito de falar. Você acha mesmo que eu não perceberia?Ele se apoiou na mesa, mantendo distância.— Você está confundindo convivência profissional com coisa que não existe.Diana se aproximou lentamente.— Então por que você me
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