Eu só queria embarcar. Só isso. Uma viagem tranquila, uma fila normal, um check-in sem surpresas. Mas claro que o universo decidiu que hoje era um ótimo dia para testar minha paciência.A fila de embarque serpenteava pelo corredor, gente suspirando, malas de rodinha travando, crianças chorando, aquele aroma inconfundível de café caro e desespero. Eu estava ali, na posição perfeita entre “estou quase entrando no avião” e “se alguém encostar essa mochila nas minhas costas de novo, eu mordo”.A funcionária do portão digitava com tanta força que o teclado parecia ter xingado a mãe dela. À minha frente, um homem reclamava ao telefone:— Como assim venderam mais passagens do que assentos? Eu paguei por isso, Regina! Eu paguei!Eu não pude evitar olhar. Superlotação? Overbooking? De novo? Ah, claro. Porque o caos me ama.Chegou minha vez. Entreguei meu bilhete com o melhor sorriso possível, tentando atrair sorte. Mas a mulher atrás do balcão franziu a testa assim que o código apareceu na tel
Ler mais