ISABELLA Os dias após a cerimônia pareciam uma sequência de ecos. A cada manhã, eu me levantava tentando entender o que significava ser esposa. A palavra soava pesada — como uma missão que não pedi, mas aceitei. Alessandro tentava me poupar, mas eu via a tensão em seus olhos cada vez que o nome “Rostova” surgia nas conversas veladas do conselho. Mesmo assim, havia algo diferente nele… Algo que me fazia querer lutar de outro modo. Naquela manhã, pedi para ver o padrinho. — Preciso vê-lo — insisti. — Antes que tudo mude de novo. Alessandro hesitou, mas acabou me levando. O hospital cheirava a éter e lembranças. Olhar para aquele homem, imóvel, que um dia foi a força da Camorra, me fez pensar em tudo que a guerra entre famílias destruiu. E por um instante, senti que algo dentro de mim começava a quebrar — o corpo, o coração, ou talvez os dois. A tontura veio primeiro. Depois, a dor — uma pressão esmagadora no peito. Tentei avisar Alessandro, mas a voz não saiu. O chão se in
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