O beijo foi prolongado, ganhou intensidade, e ambos se perderam em seus próprios pensamentos — até que, quase ao mesmo tempo, concluíram: isso é errado!Terminou de forma abrupta. Trocaram um olhar assustado, olhos arregalados, e o silêncio que se seguiu pareceu durar uma eternidade.Henrique deu um passo para trás, e Clara recuou também, como se estivessem num daqueles jogos de espelho, tentando disfarçar o pânico.— Desculpa — disseram juntos.— Não, não, eu que… — tentaram novamente, em coro.Henrique insistiu:— Não, fui eu quem… — e parou no meio da frase.Ele esfregou a nuca, sem graça.— Eu não sei o que dizer.— Também não. Quer dizer, eu sei, mas… não sei. Ah, esquece!Clara apertou os lábios, tentando conter a risada que começava a escapar. Aquilo era um caos completo.— Acho que é melhor eu ir — disse ele, em tom baixo.— Você está melhor?— Sim, bem melhor… Eu não queria incomodar.— Me desculpa, eu não pensei direito…Henrique se inclinou e lhe deu outro beijo. Dessa vez
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