O silêncio na sala era denso, cortante, como uma lâmina invisível entre os três. Lisanne mal conseguia manter-se quieta, mexia as pernas, as mãos se entrelaçavam o tempo todo, por causa de tanto nervosismo. A presença de ambos — Hérus e Lian — era sufocante, como se tivessem drenado todo o ar do cômodo.O olhar confuso alternando entre os dois, um não falava nada do que perguntava e o outro falava sobre dizer a verdade, mas até agora nada. Só restava a ela repetir até que falassem.— O que está acontecendo...? Quem são vocês? — sua voz falhava.Hérus deu um passo à frente. Seus olhos, por um instante, suavizaram.— Nós não vamos te machucar, Lisanne. Eu só quero te explicar…— "Nós?" — interrompeu Lian com desdém, o tom carregado de sarcasmo. — Não me inclua nesse seu discurso pacificador, irmão.Ele avançou um passo, devagar, como um predador que mede o território.— Você finge tão bem essa compaixão humana, mas eu te conheço, Hérus.Hérus se posicionou entre ele e Lisanne, o maxilar
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