Sharon BelmontNão sabia dizer se essa história de trabalhar em um bar à noite era boa ou ruim. Se, por um lado, eu não precisava sair de casa para conseguir bebida, já que a trazia direto do trabalho, por outro, eu bebia todos os dias.Leroy tentou me controlar, talvez pensasse que a bebida fosse apenas uma recreação para mim. Mas, na verdade, era meu calmante, meu sonífero e meu anestésico. Aquela maldita noite me assombrava quase vinte e quatro horas por dia — a saudade eterna de Lorenzo e Isabel, a falta de Nick comprimindo meu peito, me fazendo chorar a ausência deles por horas antes de dormir.Tomei um susto quando olhei o relógio e percebi a hora em que alguém tocava a campainha. Eram sete da manhã, não era tão cedo, mas, para quem foi dormir bêbada às cinco, acabava sendo um martírio.— Já vou! — gritei para a pessoa atrás da porta, que não tirava o dedo do botão da campainha.Abri sem olhar pelo olho mágico, mas, para minha sorte, era Laura.— Bom dia! — Sua fala era ríspida;
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