Dante Menegaço
Maltratar e julgar as pessoas era muito fácil. Pedir desculpas e reconhecer um erro, era uma tarefa árdua.
Meu consciente pesava, eu tinha certeza de que precisava ter uma conversa franca com Sharon, entender o que de fato aconteceu na noite do acidente, falar sobre os três meses em que fiquei em coma e sobre como ela cuidou do meu filho.
Assim, talvez fosse mais fácil compreender a pessoa que eu sempre julguei conhecer. Ou, melhor dizendo, a pessoa que eu mal julguei conhecer.
Um ser humano capaz de se colocar em risco para salvar a vida de outro, especialmente de alguém que sempre a tratou mal, não podia ser alguém ruim, nem de caráter duvidoso, como eu sempre acreditei. Sharon tinha seus defeitos, claro, mas aquele maldito acidente mexeu com ela. E, aparentemente, ela estava tentando mudar.
A minha arrogância, no entanto, nunca respeitou o amor que ela demonstrou ter pelo meu filho. E admitir isso começava a me fazer sentir um verdadeiro idiota.
Talvez eu nunca cons