O vento entrou pela porta aberta como um soco gelado, fazendo o cabelo de Isadora se soltar do coque apressado que ela tinha feito mais cedo. O barulho dos motores diminuindo misturava-se ao zumbido grave que vinha lá de fora, um som que lembrava máquinas ligadas em algum lugar próximo.Henrique desceu o primeiro degrau, sem largar a mão dela. A luz do entardecer estava fraca, quase cinza, pintando o mundo com uma sombra pesada. Isadora piscou várias vezes, tentando enxergar além da claridade fosca que se formava no horizonte.O lugar era desolado. Uma pista estreita, com rachaduras no asfalto, estendia-se até um conjunto de hangares baixos, pintados de branco encardido. Mais além, um campo aberto, cheio de capim amassado pelo vento. Não havia torres de controle, nem grandes aviões estacionados. Somente aquele espaço perdido no meio do nada.O sequestrador mais alto desceu logo atrás deles, segurando firme o cilindro improvisado. O parceiro veio logo em seguida, nervoso, varrendo o am
Leer más