A madrugada avançava arrastada, cada minuto parecia um peso no ar. Eu não conseguia encontrar posição, não conseguia respirar em paz. Um mal-estar estranho me dominava, e dentro de mim um pressentimento terrível crescia, como se algo estivesse prestes a ruir. Lucas estava ali, atento a cada gesto, a cada suspiro. Eu sabia que ele queria apertar o botão e chamar a enfermeira, mas respeitava meu pedido de esperar. Ele não tirava os olhos de mim, como se bastasse me vigiar para manter tudo sob controle. — Aurora… você tá ficando pálida — a voz dele saiu tensa. — Não dá pra adiar, vou chamar alguém agora. Segurei sua mão com a pouca força que tinha. — Não. Espera só mais um pouco… por favor. Ele respirou fundo, os olhos marejados, mas assentiu, engolindo a urgência que carregava. O silêncio voltou a nos rodear, pesado, até que, sem encarar diretamente, deixei escapar o que me sufocava: — Lucas… eu tô com medo. Ele apertou minha mão. — Ei… não fala isso. — Eu não sei se vou conseg
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