O carro reduziu a marcha quando o bairro familiar surgiu. Lasmiḥ, no banco da frente, olhou pelo retrovisor, firme e doce ao mesmo tempo.— Shamsî, vai para casa. Eu cuido do resto. — O tom não admitia discussão. — Vê sua mãe, leva seu irmão. Você merece.Isabela respirou fundo e apenas assentiu.— Obrigada, Qamarî.O portão de ferro simples apareceu à frente. Laura já estava à porta, postura ereta, mas com um brilho de emoção nos olhos. Isabela reconheceu aquele olhar: a governanta cumprira a promessa de silêncio.— Senhorita… — Laura abriu um sorriso contido. — Bem-vinda de volta.Isabela apertou a mão dela de leve, um “obrigada” que não precisou de palavras. Enzo passou rápido por Laura, tentando fingir normalidade.A sala estava exatamente como ela lembrava: cheiro de lavanda e chá de camomila, o zumbido baixo do concentrador de oxigênio e sua mãe, Amália, sentada na poltrona com uma manta sobre as pernas.Amália sorriu ao ver os dois, mas o olhar demorou um instante a mais, medin
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