Seraphina caminha com passos leves, o vestido vinho delineando as curvas com uma elegância natural e perigosa, e o sorriso, discreto e sereno, carrega o tipo de encanto que desperta desejos silenciosos em quem ousa observá-la por tempo demais.— Aquele é o... — Ricardo Bellandi. — Tommaso completa, interrompendo a fala do irmão, o maxilar se contraindo em um reflexo involuntário que ele não consegue disfarçar. — O que ela está fazendo com ele?— Negócios, talvez. — Fabrizio responde, o tom ácido e o olhar carregado de desdém. — Ou fazendo o que sabe de melhor, abrindo as pernas para quem pode lhe dar vantagem.Tommaso não responde, continua observando os passos dela, incapaz de desviar o olhar, enquanto ela inclina levemente a cabeça e sorri diante de algo que Ricardo sussurra próximo ao seu ouvido, o gesto simples faz o sangue dele ferver em silêncio.O coração dele bate mais rápido, um desconforto estranho se instala no peito e, por um instante, ele tenta racionalizar o próprio inc

Tommaso joga o celular no banco, completamente irritado, odiando o quanto está perdendo o controle por uma mulher que não lhe interessa, ao menos é o que quer acreditar.— Pegue o endereço e diga que o encontrará no local. — Tommaso orienta, sem sequer olhar para ela, a voz firme, o controle aparente.— Claro, chefe. — Seraphina responde, o tom carregado de sarcasmo, enquanto digita lentamente no celular, só para provocá-lo ainda mais.Ele fecha os olhos por um segundo, respirando fundo, como quem tenta se convencer de que paciência é uma virtude e não um milagre.— Que cena encantadora. — Seraphina comenta, cruzando as pernas com elegância, enquanto guarda o celular. — Um homem adulto perdendo o controle só porque não suporta a ideia de não ser o centro da atenção.Tommaso respira fundo, ignora a provocação, mas o confinamento do carro transforma cada centímetro em teste de resistência, e ela parece saber exatamente disso.Ele respira aliviado assim que os portões da sede surgem à fr

Tommaso sai do elevador, ouvindo a respiração ofegante de Seraphina ecoar atrás dele, até que o som apressado dos saltos dela preenche o corredor, anunciando que, mesmo furiosa, ela ainda se recusa a ficar para trás.— Nunca mais faça isso. — Seraphina declara, ao passar por ele, a voz firme, mas o tremor nas palavras revela que o corpo ainda se lembra do que a mente tenta negar.— Não se preocupe. — Tommaso responde, a voz baixa e rouca, deixando o sorriso surgir devagar, carregado de promessa. — Eu só preciso esperar, Seraphina, porque, mais cedo ou mais tarde, você mesma irá implorar para que eu faça de novo.— Ótimo, então se acomode bem enquanto espera. — Responde, com um sorriso provocante. — Quem sabe aproveita para contar os grãos de areia da Sicília, assim talvez termine antes de eu implorar.Tommaso solta uma risada desdenhosa, o som baixo e arrastado, como se a confiança dela fosse uma farsa prestes a se quebrar.Em seguida, ele abre a porta do carro com um movimento contid

Vincenzo desliza os dedos pelo rosto dela, e o toque desperta algo profundo em Vittoria, uma serenidade que há muito ela não sentia e a sensação de um novo começo pulsando entre eles.— O que exatamente você quer dizer com isso? — Vittoria pergunta, hesitante, o olhar buscando o dele com uma esperança silenciosa, como se desejasse ouvir exatamente aquilo que o coração dela já imagina.— Ninguém simplesmente deixa a máfia, eu sei disso. — Vincenzo responde, sério, a voz baixa e controlada. — Mas também sei que continuar pode me custar tudo o que ainda tenho de puro, tudo o que mais amo neste mundo.Vittoria prende o choro, o olhar perdido entre o medo e a esperança, como se estivesse diante da promessa de um futuro que deseja acreditar, mas ainda teme tocar.— Volto a repetir, não me arrependo da escolha que fiz, porque foi ela que me levou até você. — Declara, o olhar brilhando com emoção. — E você me deu esses dois milagres. — Continua, com um sorriso suave se formando nos lábios. —

Dessa vez, ao contrário de todas as anteriores, a mulher encerra a ligação com a calma de quem detém o controle, sem lhe conceder sequer o direito de uma resposta.— Porra. — Vincenzo resmunga, arremessando o celular sobre a mesa com a força contida de quem tenta sufocar a própria fúria.O celular volta a tocar, mas dessa vez é apenas uma mensagem, que ele abre de imediato, com a impaciência crescente de quem já espera o pior.“Trinta dias, Don Lucchese, é tudo o que estou disposta a lhe conceder, tempo suficiente para fazer aquilo que eu preciso. Se falhar, eu mesma o ensinarei, sem remorso, com a frieza necessária para que finalmente entenda como o mundo realmente funciona.”Antes que Vincenzo tivesse tempo de processar a mensagem, outra surgiu na tela, como se o próprio destino insistisse em não lhe conceder um instante de paz.“Tic-tac, senhor Lucchese. A ampulheta foi virada, e cada grão que cai marca o fim da sua vantagem. Não desperdice o tempo em Bath, brincando de casinha, po