Narrado por Maitê O dia se arrastava de forma insuportável, e eu me vi afundando, cada vez mais, nas lembranças dolorosas do passado. As imagens ainda estavam frescas em minha mente, um pesadelo incessante que não me dava trégua. O som dos gritos, os tiros ecoando, o meu irmão caído no chão, com o sangue dele se misturando ao meu. Eu me vi, novamente, tomando uma vida, sendo obrigada a fazer algo que nunca imaginei que seria capaz. Aquele momento voltou a me assombrar com a mesma intensidade. Como se eu nunca tivesse saído de lá, de onde tudo começou a desmoronar.E como se a dor não fosse suficiente, as perguntas começaram a invadir minha mente, rápidas e incessantes, e eu não conseguia mais distinguir o que era real do que era fantasia. As mentiras, que antes soavam como promessas de proteção, agora me pareciam apenas traições. Cada palavra, cada gesto, tudo parecia falso. Pessoas que eu amava, que confiava com todo o meu ser, se revelaram como seres egoístas, dispostos a me ferir

Narrado por Lorde Depois de encarar a arma apontada para mim, senti a raiva me consumir. A maldita saiu como se tudo o que tivemos não valesse nada. O vazio tomou conta de mim enquanto ela se afastava, e eu fiquei ali, parado, observando. Todos os caras me encaravam. Eles sabem que nunca deixei ninguém me tratar assim e sair impune. Mas ela… ela tem poder sobre mim, e o que posso fazer? Nada. Eu sou fraco diante dela.Chego em casa puto da vida. Eu sei que errei primeiro, mas ela é minha. E se ela acha que não é mais, está muito enganada.Dou um soco na parede, sentindo os ossos da mão estalar, mas a dor física é nada comparada à dor que eu sinto dentro de mim. Vejo o sangue escorrendo pela minha pele e respiro fundo. Pego uma garrafa de uísque e me enfio no meu quarto. O cheiro dela ainda está no ar, como se a maldita tivesse deixado uma marca invisível em tudo. Mas não há mais nada dela aqui. Só as lembranças. E elas me atormentam.Passou uma semana desde que ela foi embora, levand

Narrado por MaitêLúcifer escuta atentamente, sua expressão séria refletindo uma compaixão silenciosa que, de alguma forma, me traz conforto.— Maitê, sei que as coisas parecem difíceis agora, mas você não está sozinha. Estamos aqui para você. Sei que, depois de tudo, é difícil confiar nas pessoas, mas você é mais forte do que imagina. Não deixe que as circunstâncias definam seu futuro. Nós vamos enfrentar isso juntos, ok? — Ele diz, colocando a mão em meu ombro de forma suave, como se quisesse me transmitir uma calma que, por dentro, eu ainda não sentia.Suas palavras, simples e sinceras, chegam em um momento crucial, quando a confusão e o medo tomam conta de mim. Elas me trazem um alívio, mesmo que temporário. Sinto o peso de tudo o que estou vivendo e, pela primeira vez em muito tempo, percebo que tenho um apoio real.— Obrigada, Lúcifer. Desculpe desabar assim, mas é que estou um pouco abalada com tudo o que está acontecendo. — Respondo, tentando controlar a pressão que sinto no p

Narrado por Lúcifer Cheguei na casa do Caveira após deixar a loirinha na casa do JP. Era noite quando, uma hora depois, o telefone tocou. Era JP, dizendo que algo importante estava acontecendo, e eu precisava estar lá. Sem hesitar, peguei a chave do carro e fui.Quando entrei, a casa estava silenciosa, e o ambiente carregava uma tensão quase palpável. Mas o que me chamou a atenção logo de cara foi a figura de Maitê, sentada em um canto da sala. Ela parecia pequena naquele sofá, encolhida, os ombros curvados como se o peso do mundo estivesse sobre ela. Seus olhos estavam vermelhos, e eu podia ver as lágrimas ainda escorrendo por seu rosto.— Vai até ela, não sei o que aconteceu, mas da última vez você conseguiu acalmá-la. — O Caveira disse, sua voz grave quebrando o silêncio pesado.Assenti com a cabeça e, sem palavras, me aproximei dela. Cada passo parecia pesar mais do que o anterior, como se a pressão do momento me consumisse. Quando cheguei perto, vi o desespero estampado em seu r

Narrado por Maitê Depois de me despedir de Bruna, JP e Caveira, entrei no carro de Lúcifer. O peso da tensão era como uma nuvem escura pairando sobre mim. O silêncio entre nós dois era ensurdecedor, e eu lutava para conter a ansiedade que crescia dentro de mim. Cada respiração era uma luta, e cada batida do meu coração parecia mais pesada que a anterior. Eu sabia que uma crise estava prestes a se instalar, mas me forçava a ignorar os sinais do meu corpo, que insistiam em me alertar.As ruas passavam rapidamente, mas a agonia parecia me engolir mais a cada quilômetro. Sentia-me presa em um labirinto de medo e desespero, incapaz de encontrar uma saída. Lúcifer estava ao meu lado, sua presença reconfortante, mas eu ainda me sentia à deriva, como se fosse um barco perdido no meio de uma tempestade. A ansiedade parecia me apertar cada vez mais.Percebi os olhares de Lúcifer. Ele me observava mais atentamente do que o normal, como se quisesse dizer algo, mas não sabia como. A tensão em seu