Narrado por LúciferSaí lá fora para dar um tempo para ela respirar e tentar processar toda essa confusão. A tensão estava apertada demais, e a atmosfera carregada dentro da casa me sufocava. Analisei o perímetro com um olhar atento, como sempre faço quando estou em um lugar novo, e senti um alívio momentâneo ao perceber que a segurança estava bem garantida. Mesmo assim, não podia relaxar completamente. Decidi ligar para o monstro, meu irmão, para garantir que tudo estivesse tranquilo.— E aí, mano, tá rolando umas paradas e vou passar a noite fora do morro. Fica de olho em tudo aí pra mim, só os de confiança na segurança, sacou?— Amanhã você vai ter que me explicar que porra tá acontecendo, hein? Tá agindo muito estranho. — Batemos um papo por um tempo, e ele ficou preocupado, mas com o mínimo de cautela. Quando desliguei, voltei para dentro da casa, procurando por Maitê.Revirei a casa inteira atrás dela, mas não encontrei nada. Só o silêncio. Ouvi o barulho do chuveiro e, sem pens

Narrado por Bruna O Caveira saiu da casa do JP e deu uma folga pra ele ficar comigo. Sentada na ponta da cama, ainda tentando entender tudo que aconteceu, sinto meu peito afundar. Descobrir com os próprios olhos que o meu irmão é um monstro… não tem manual pra isso. Nunca tivemos uma relação perfeita, mas ele era meu irmão. E mesmo com tudo, eu amava ele. Talvez ainda ame. Talvez só esteja em pedaços demais pra sentir qualquer coisa agora.O pior é saber que ele escolheu esse caminho. Ele teve chance de fazer diferente. Teve oportunidade de mudar. E jogou tudo fora. Pior ainda é saber que meu pai… meu pai é ainda mais cruel do que ele.Sinto medo. Não por mim, mas pelas pessoas que amo. Por JP, pela Maitê, por tudo que ainda pode acontecer. Nossas histórias estão todas entrelaçadas, todas levam até ela. Até a Maitê. E quando ela descobrir tudo que o Caveira ainda vai contar… vai ser como jogar gasolina num incêndio.Ela é forte, mas também é feita de rachaduras. Algumas delas tão fun

Narrado por Maitê O olhar de Lúcifer se intensifica como uma tempestade prestes a desabar. O ar ao nosso redor se torna mais denso, pesado, carregado de uma tensão quase palpável. Ele se aproxima até seu rosto ficar a centímetros do meu, exalando autoridade, raiva e algo que não consigo nomear — algo que me puxa e me assusta ao mesmo tempo.— Eu perguntei o que está fazendo aqui? — ele repete, a voz carregada de fúria contida. — Você sabe que estão te caçando, porra.Não recuo. Não dessa vez. Seguro seu olhar com o meu, os olhos firmes, a postura inabalável.— Primeiro, abaixa o tom. — minha voz sai fria, afiada. — Você não tá falando com teus vapores… e muito menos com tuas putas. — Jogo um olhar de desprezo em direção à Graziela, que finge não se incomodar, mas desvia o olhar. — E o que eu tô fazendo aqui? Aproveitando a vida, Lúcifer. Se isso te incomoda, problema é teu. Eu posso estar na mira, sim. Mas não vou me esconder pra sempre. A morte é só mais um detalhe.Minhas palavras

Narrado por Lúcifer O impacto das palavras dela ainda pulsa dentro de mim, como se cada sílaba tivesse fincado uma lâmina no meu peito. A dor não é física, mas arde como fogo vivo. Ela não me gritou, ela me desmontou. Jogou minha arrogância no chão e pisou em cima, com toda razão.Fiquei ali, parado, tentando entender em que momento deixei de enxergar quem ela realmente era. Achei que sabia o suficiente, mas nunca cheguei nem perto. Aquela mulher carrega o mundo nas costas — e eu tratei como se fosse só mais uma.Quis pedir desculpas. Quis correr atrás dela, dizer que entendi, que ela tava certa, que eu fui um idiota. Mas não deu tempo.Ela virou as costas e saiu.O camarote ficou em silêncio. Todo mundo me olhava como se tivesse assistido um nocaute. E foi isso mesmo que aconteceu. Tomei um nocaute emocional.Fui até a grade. Vi ela no bar, virando três tequilas como se fossem água. O GL tentou falar algo, mas ela ignorou. Voltou pra pista, dançou como se quisesse esquecer tudo, e d

Narrado por LordeA gente ficou na cola dela. Cada passo, cada olhada, cada saída da janela — tudo anotado, tudo monitorado. Era questão de tempo. A paciência é a chave do jogo, e a minha… a minha é infinita quando o prêmio é fazer alguém pagar.Dois X9 em morros diferentes. Um infiltrado de cada lado. Bruna vivia cercada de vapor, protegida, intocável. A garota virou joia rara no meio do campo minado. Já a Maitê? Aquela maldita se escondeu feito rata em toca. Não saía nem pra comprar cigarro. Rodeada de vapor também, mas diferente da Bruna — a Maitê se escondia por medo. Sabia que o cerco tava fechando. E mesmo assim… mesmo assim ia vacilar. Eu conheço o tipo.A semana passou. Nenhum sinal. Nenhuma brecha. Mas aí o milagre aconteceu: os X9 me mandaram mensagem. Ia rolar baile no fim de semana. Desses de estourar caixa de som, de fazer o chão tremer. Era a oportunidade perfeita. Se uma das duas resolvesse aparecer, a gente ia estar pronto.Fiquei na expectativa. Baile é isca boa demai