MADISSONO sinal tocou, mas para mim não havia alívio. O corredor estava cheio, mas parecia que todos os olhares estavam presos em mim, carregados de malícia. Tentei passar despercebida, respirando fundo, mas uma garota mais alta bloqueou meu caminho.— Olá, vadia. — Ela empurrou meu ombro de leve, só o suficiente para me desequilibrar.Eu ignorei a garota e todos os outros olhares, eu sabia que eles queriam que eu revidasse, fizesse um grande show. Não essa garota, se eles querem flutuar e agir como pirralhos, por mim, tudo bem. Caminhar pelo refeitório parecia cada vez mais difícil. Eu me dirigia para a mesa de Lina, tentando não prestar atenção nas risadinhas que me seguiam. A ansiedade estava me fazendo comer mais do que o normal, algo que eu não conseguia controlar, mas tentava mascarar.Quando estava quase chegando à mesa, senti um impacto de propósito no meu ombro. Olhei para cima e vi um dos jogadores de futebol, sorrindo de forma arrogante enquanto eu derrubava minha refeiçã

MADISSONA porta da livraria se fechou atrás de mim como um ponto final que eu não queria. O ar frio da fim da tarde bateu contra minha pele, arrepiando os pelos dos braços, e puxei instintivamente a jaqueta fina sobre os ombros. Eu odiava aquele tecido leve, incapaz de realmente proteger do vento, mas era tudo o que tinha trazido.As vozes que tinha ouvido ainda se repetiam na minha mente.“Harper não é a verdadeira noiva de Kael Thorne… ”Elas não tinham dito por quê, nem como sabiam, mas o sussurro entre risadinhas carregava convicção, como se fosse um segredo conhecido por todos, menos por mim.E eu odiava, odiava de verdade, o fato de me importar.Não queria pensar em Kael Thorne, nem em Harper e suas aves de rapina que rodopiavam pelo colégio como se fossem donas da cidade. Eu já tinha tomado a decisão: distância. Era melhor não me meter no território deles. Só que uma coceira começou dentro de mim, latejante, cada vez que aquelas palavras retornavam.“Não é a verdadeira noiva.”

MADISSONUm cemitério.De todos os lugares possíveis, Kael Thorne me trouxe para um maldito cemitério.Cruzei os braços, tentando ignorar o vento gelado que passava entre as árvores tortas, levantando pequenos redemoinhos de folhas secas. As lápides, alinhadas em filas quase perfeitas, cintilavam sob a luz pálida dos postes antigos. O relógio no meu pulso marcava pouco depois das sete, mas a escuridão fazia parecer muito mais tarde.Eu deveria estar em casa. Qualquer garota normal estaria em casa, cortando bolo de aniversário com a família, sorrindo para fotos que seriam esquecidas depois. Mas não. Eu estava ali, com Kael, entre cruzes de pedra e anjos de mármore que pareciam me vigiar.E, o pior, é que eu não queria ir embora.Meus pés ainda doíam da corrida pelo galpão, meu corpo ainda vibrava da adrenalina de tê-lo tão perto, de sentir o calor dele me esmagando contra a parede. Cada vez que eu lembrava da respiração dele, grave e quente, o estômago se contraía como se tivesse engol