MADISSONA noite chegou com música alta, glitter e fantasias exageradas.A festa de aniversário de Lina acontecia numa mansão afastada, cheia de luzes coloridas, fumaça artificial e adolescentes fantasiados.Olhei-me no espelho retrovisor antes de sair do carro. Minha maquiagem estava impecável, os lábios vermelhos combinando com o espartilho justo, e a saia de tule rasgada revelava minhas pernas com provocação. A coroa brilhava em meu cabelo solto.Eu era uma vampira sexy — e sabia disso.— Você tá... intensa — disse Gwen, ao meu lado, com um vestido de fada cintilante. — Mas linda.Sorri.— E você tá uma fada muito fofa. Pronta para brilhar?Gwen deu um passo à frente, então se virou, hesitante.— Maddy, você tem se sentido diferente ultimament

MADISSONA mensagem ainda estava aberta na tela quando me deitei. Por mais que tentasse fechar os olhos, a frase ficava gravada na minha mente como se estivesse escrita na parede.Em algum momento, devo ter adormecido.Um toque suave nos meus cabelos me fez despertar. Meus olhos se abriram devagar, e por um instante achei que estava sonhando. Uma sombra alta estava sentada ao meu lado, os dedos deslizando por uma mecha do meu cabelo.— O que diabos…? — minha voz saiu rouca. — Kael? O que você está fazendo aqui?Ele não respondeu de imediato, só inclinou a cabeça, o brilho dourado dos olhos se destacando na penumbra do quarto.— Eu estou sonhando?— murmurei para mim m

MADISSONO ginásio estava sufocante, e não era só pelo cheiro de spray de cabelo. Eu sentia o sangue ferver nas veias, cada músculo pedindo para que eu desse o soco que ela merecia. As meninas me seguravam, e eu mal ouvia a técnica gritar meu nome. Harper, claro, mantinha a carinha de santa, como se não tivesse acabado de sussurrar no meu ouvido que foi ela quem espalhou aquelas porcarias sobre mim.E insinuando que Kael tinha sido a fonte.A técnica olhou de mim para ela, e adivinha? Harper saiu ilesa.— Madisson, mais uma dessas e eu chamo seus pais. — A voz cortou o ar.Eu ri, mas era um riso sem graça, mais um aviso de que, se eu abrisse a boca, ia piorar. Então virei e saí. Melhor fugir antes que eu fizesse algo definitivo e me arrependesse.O corredor estava vazio, e eu só queria enfiar a cabeça num balde de gelo, mas o destino tinha outros planos. Kael.Ele chamou meu nome e dobrei na outra direção, eu não queria olhar para ele agora.— Ei!— Pare de me seguir.— O que aconte

MADISSON Passou uma semana.Uma semana de cochichos no corredor, olhares atravessados e mensagens anônimas cheias de “conselhos” sobre como comer direito. Uma semana em que voltei aos treinos, mas com a sensação de que todos os movimentos eram observados com lupa, esperando eu tropeçar.Minha mãe tinha conversado com a técnica e esclarecido tudo. Sobre quem realmente sofria com o distúrbio. Mas, no final, decidiram deixar o assunto entre nós. Sem Conselho. Sem fofoca oficial. Sem expor a Gwen.Então, para todos aqui, colegiais, torcedores, familiares e universitários, eu continuava sendo o problema.Harper estava em todos os treinos. Sempre ao lado de Kael, com aquele sorriso de &ld

MADISSON— Kael… — estreitei os olhos, apertando minha cintura contra ele por causa da curva repentina. — Esse não é o caminho da minha casa.Ele não respondeu de imediato, apenas acelerou um pouco mais a moto. O ronco do motor abafava metade dos meus pensamentos, mas a outra metade gritava. Para onde ele estava me levando?— Você vai ver. — disse por fim, a voz firme, mas misteriosa.Bufei, apertando ainda mais os braços em torno dele. A cidade começava a ficar para trás, as luzes diminuíam, e só o frio da noite e o cheiro de pinheiros me cercavam. O coração batia rápido, mas não sabia se era medo ou pura excitação.Depois de alguns minutos, ele reduziu a velocidade e encostou num posto de beira de estrada. Sem dizer nada, estacionou e desceu, me oferecendo a mão.— Preciso pegar umas coisas. — murmurou.Fiquei observando enquanto ele desaparecia na pequena loja iluminada. A cena era quase bizarra: o herdeiro Thorne, vestindo roupa caras, entrando num posto velho, como um adolescente