CAPÍTULO 11 – Narrativa da Lavínia Era como se cada dia que passava ele cavasse mais distância entre nós. O homem sério, protetor, dono de um olhar que um dia me fez tremer, agora parecia ter virado um estranho. RB estava se afogando em mulheres. Quando não era a Mirtes se esfregando nele pela casa, era alguma vadia da boca que chegava pela madrugada, deixando seu corpo impregnado com perfume barato e o hálito de bebida forte. Ele achava que eu não via, mas eu via tudo. Fingir que não escutava os gemidos abafados, que não percebia os lençóis trocados, que não ouvia o chuveiro ligado por mais de meia hora às três da manhã... Era como se cada transa fosse um tapa na minha cara. Ele queria me ferir. E conseguia. Mirtes aproveitava. Se vestia como uma piranha de luxo, rebolava até pra pegar um copo d’água. E RB? Deixava. Cedia. Fazia questão de agarrá-la no corredor, na cozinha, até na sala, na frente de mim. Eu fingia não me importar, mas por dentro, o sangue fervia. A raiva e o des

CAPÍTULO 13 – Narrativa de RB Aquela casa tava virando um campo de guerra silencioso. Toda noite, eu me trancava no quarto com Aline como se isso fosse me proteger de algo muito maior que o desejo. Eu fodia com raiva, com vontade de esquecer, de me punir. Aline gemia no meu ouvido como se o mundo fosse acabar, se oferecia como quem implora por amor. E eu, como um covarde, me afundava nela. Mas não era prazer... era fuga. Na primeira semana, ela era só um refúgio quente e úmido. Na segunda, virou rotina. Mas na terceira, começou a incomodar. Não por ela. Mas pela forma como Mirtes começou a olhar pra gente. Mirtes nunca aceitou bem dividir espaço. Desde que chegou, se comportava como a dona do pedaço. A vadia de confiança. A cama certa. A única que conhecia meu corpo no escuro. Mas agora… agora ela via Aline entrando no meu quarto e saindo com as pernas tremendo. E isso tava acabando com ela. — Essa tal de Aline vai ficar até quando, hein, RB? — Mirtes soltou do nada, quando eu e

CAPÍTULO 15RB Narrando Estou aqui sentado à horas pensando em tudo que tem acontecido na minha vida desde que Lavinia entrou por aquela porta, minha vida virou de cabeça pra baixo Estou cada dia mais obcecado por ela, mesmo estando todas as noites com Aline que também não tem me deixado respirar sozinho em nenhum momento,tranzo com Aline no automático ela me alisa e meu pau ganha vida e entro nela sem piedade. Outro dia bebi um pouco de mais e fumei um beck, fiquei doidão,eu via Lavinia em seu rosto na hora que me enfiei na Aline. E ali fiz um amor gostoso até beijar eu beijei, quando gozei gemi o nome da Lavinia, aí Aline percebeu que aquele carinho aquela entrega não era pra ela e sim pra minha Deusa Lavinia. Tenho que decidir minha vida apartir de hoje. Comprei uma casa quê já estava vazia há algum tempo. E vou começar uma reforma top, vou pôr no nome da Lavinia, tenho que fazer ela dar opinião na reforma dar o seu toque na casa pra ficar a cara dela, aí sim quando ficar pronta,

CAPÍTULO 17Narrativa do AutorA casa seguia viva por fora, mas por dentro, começava a apodrecer nos cantos. A tensão que pairava no ar era invisível, mas sufocante. RB e Lavinia andavam pelos cômodos com sorrisos fáceis, conversas leves, mãos entrelaçadas como se o mundo todo tivesse finalmente entrado no eixo. Ele parecia um novo homem. Ela, uma nova mulher.Na cozinha, Mirtes lavava as frutas como fazia todos os dias. Mas naquele dia, as mãos tremiam. Não de cansaço. Não de enjoo da gravidez. Mas de ódio. Silencioso. Amargo. E pior: alimentado diariamente por cada risada que ouvia vindo da sala.RB mostrava no tablet a planta 3D da casa nova. Lavinia se empolgava a cada cômodo.— E esse quarto aqui vai ser o nosso, com vista pro mar. Eu quero um closet grande, RB. Bem iluminado, com espelho de corpo inteiro.— Você vai ter tudo, minha rainha — ele respondeu, beijando a mão dela.Do outro lado da porta semiaberta, Mirtes ouvia tudo. A faca da cozinha cortava morangos em movimentos a

CAPÍTULO 19Narrativa do AutorO sol nasceu igual todo dia, mas o ar dentro daquela casa já não era o mesmo.RB acordou cedo, como sempre. Levantou devagar, com a cabeça pesada e o corpo suado. O cheiro da Mirtes ainda grudado na pele. A lembrança da noite passada martelava. A traição. O erro. O gemido abafado contra o travesseiro. E o rosto da Lavinia… que dormia a poucos metros de distância.Passou pelo corredor em silêncio, entrou no banheiro e ficou parado em frente ao espelho. O rosto dele estava ali, o mesmo de sempre. Mas nos olhos… tinha algo diferente. Um peso. Um vazio.Lavou o rosto com força, como se desse pra arrancar a culpa com água gelada.Sabia que tinha feito merda. Das grande. Mas o pior não era isso, era o medo de gostar. O corpo ainda vibrava com o toque da Mirtes, e isso o corroía por dentro. Sabia que era fraqueza, mas uma parte dele sentia saudade daquelas noites brutas. A intensidade que Lavinia, com todo seu encanto e pureza, ainda não tinha lhe dado.Lavinia