AvaQuando o avião pousou em Nova York, eu ainda tinha o cheiro do Gregório grudado na pele. Era como se meu corpo ainda estivesse navegando, ainda dançando com ele no barco, ainda suspirando naquela cama gigantesca do hotel onde ele me fez sentir como a mulher mais amada do planeta.Mas agora estávamos de volta. E por mais que a rotina chamasse, eu sentia que algo dentro de mim tinha mudado.Não era só a aliança no dedo. Era a segurança no coração.Gregório pegou minha mão no carro de volta pra casa, entrelaçando os dedos e beijando minha pele como se fosse a coisa mais preciosa que ele já tocou.Gregório: “Tá pronta pra voltar pra rotina, minha mulher?”Ava: “Se for com você do lado… tô pronta pra tudo.”Ele sorriu. Aquele sorriso que me fazia esquecer qualquer insegurança.Assim que entramos em casa, minha mala nem tinha sido aberta ainda e eu já recebi uma mensagem da Maya.Maya: “Já tá na cidade? Preciso saber de tudo, pelo amor de Deus!”Ri alto. Gregório me olhou confuso, e eu

AvaQuando cheguei em casa, respirei fundo. O papel com a nova dieta estava dobrado na bolsa como se fosse um mapa do tesouro. Só que esse tesouro era um corpo novo. Uma vida nova. E eu sabia que não ia ser fácil. Nada que vale a pena é.Fui direto até a cozinha. A cozinheira, Dona Edite, estava organizando os potes da geladeira. Ela era uma senhora simpática, de riso fácil, que me tratava com carinho desde o primeiro dia.Ava: “Dona Edite… a gente vai precisar mudar o cardápio.”Ela parou e me olhou com atenção, limpando as mãos num pano de prato.Dona Edite: “O que a nutricionista mandou?”Entreguei o papel. Ela leu com o cenho franzido.Dona Edite: “Hmmm… sem pão, sem arroz branco, sem doce… e só chá, é?”Ava: “É. Eu quero me transformar. De verdade.”Ela sorriu.Dona Edite: “Então eu tô com você. Vou fazer tudo certinho. Vai ter comida boa e dentro da dieta, combinado?”Assenti, emocionada.Ava: “Obrigada.”Fui para o quarto, troquei de roupa e coloquei a legging e o top de treino

Scarlett — Esse casamento tem que ser muito melhor do que o da Ava. — declarei, largando a revista de vestidos de noiva na mesa com um baque. Minha mãe ergueu os olhos por cima da taça de vinho tinto, arqueando uma sobrancelha com aquele ar de superioridade que só ela tinha. — Óbvio que vai ser, minha filha. Você é a noiva perfeita. Ela foi só um improviso de última hora com aquele casamento cafona que inventou em Nova York. — Cafona? Mãe, você viu aquele lugar? Aquilo parecia cenário de filme. Um barco de noite, balão de dia, e ainda uma festa gigantesca com aquelas flores todas. E o pior de tudo… — fiz uma careta e sussurrei como se confessasse um pecado o Gregório. Minha mãe riu. — Aquele homem tem cara de ser daqueles que ganham dinheiro até dormindo. — Além de tudo, é um gostoso. — soltei, encarando minha taça. Ela ergueu a sobrancelha, surpresa com minha franqueza, mas não comentou. Eu continuei: — É sério. A Ava virou a gorda da família. A fraca. Aquela que