O som das sandálias de Gabi se afastando pela trilha de pedras ecoava suave pela varanda de madeira, misturando-se ao farfalhar das folhas e ao lamento contínuo das cigarras, que já anunciavam o fim do dia. Bruna ficou ali, parada, olhando para o espaço vazio onde antes estivera a amiga, o coração ainda acelerado pelas confissões que ecoavam, vivas, dentro de si.Suspirou longo, fechando lentamente a porta de vidro.O aroma de café ainda impregnava o ar, mas agora era um perfume frio, abandonado, como a cadeira vazia ao lado da sua. Caminhou até a bancada, passando as pontas dos dedos sobre a borda da xícara esquecida, como quem acaricia uma ausência.A mente inquieta, carregada do peso e da intensidade do que acabara de escutar.Gabi se despia, mais uma vez, diante dela — não com roupas, mas com verdades. E agora Bruna se via tomada por uma necessidade quase visceral de entender o outro lado, de ouvir Luca, o homem que, até ali, sempre parec
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