Ciente da urgência, Henrique deixou a salacaminhandopara seu escritório, a pasta pesada em suas mãos, sentindo o peso da responsabilidade. Bruno e Bárbara ficaram para trás, a tensão pairava entre eles. Bárbara se virou para Bruno, seus olhos fixos nos dele. - Precisamos conversar sobre o que você fez, Bruno, ela começou, a voz baixa, mas firme. - Você se envolveu com pessoas perigosas e colocou nossos pais em risco. Por que você fez isso? E além disso, está também envolvido com a máfia, com o Sr. B. Bruno abaixou a cabeça, a culpa evidente em seu rosto. - Eu fui ingênuo, Bárbara. Eu queria poder, queria dinheiro, e eles me ofereceram tudo isso. Eu não percebi o quão fundo eu estava entrando até ser tarde demais.. Ele levantou os olhos, marejados. - E sobre as mulheres... eu sei que foi um erro terrível. Eu me arrependo profundamente. E sobre a máfia, na realidade Bárbara, não sou mafioso, apenas ajudei o Sr.B em alguns assuntos... Que são perigosos também... Faz dois anos

O soco em Antônio ressoou na pequena cabana, um som brutal de maldade que fez Marta prender a respiração. Lágrimas brotaram em seus olhos enquanto via o marido caído, o sangue escorrendo do nariz. O homem mascarado, com um sorriso cruel por trás do pano, limpou os nós dos dedos na própria calça, como se a violência fosse uma tarefa trivial. — Não me provoque de novo, velho — rosnou ele, a voz fria e cheia de ameaça. — Ou da próxima vez, não vou ter tanta "paciência". Antônio, com a boca cheia do gosto metálico do próprio sangue, se esforçou para se sentar novamente. Marta tentou ajudá-lo, mas suas mãos tremiam incontrolavelmente. A visão do marido ferido e a ameaça velada à Bárbara acenderam uma fúria silenciosa em seu peito. Eles podiam suportar a própria dor, mas a ideia de sua filha sendo alvo desses monstros era insuportável. — Se tocarem na minha filha, vocês vão se arrepender — Antônio sibilou, a voz fraca, mas carregada de uma determinação corajosa que surpreendeu até os

Bárbara se virou para Henrique, forçando um sorriso que não alcançava seus olhos. O coração martelava no peito, mas ela sabia que precisava ser convincente. Mentir era pesado demais, mas para ela, era uma necessidade. — Ah, amor! Suiane veio me contar sobre um projeto secreto da faculdade, uma surpresa para o fim do semestre. Ela estava tão animada que me pediu para trancar a porta, sabe como é, segredo total! — Sua voz soou mais alta e animada do que o usual, o que, ironicamente, a fez parecer menos crível. Henrique franziu a testa, sem se convencer. Os olhos de Suiane estavam inchados e o corpo dela tremia levemente ao passar por ele. Aquilo não era reação a uma "surpresa de faculdade". Além disso, o tom de Bárbara, embora forçadamente alegre, tinha um fundo de nervosismo que ele conhecia bem. — Um projeto secreto, Bárbara? Suiane parecia apavorada. E você... você está pálida. O que está realmente acontecendo? — A voz de Henrique era firme, desconfiada, mas com uma clara nota

O delegado Tenório praguejou, batendo o punho na coxa. - Droga! Eles escaparam! Precisamos para-los de alguma forma. Chame um helicóptero agora mesmo. - Não fugiram por muito tempo, chefe!, um dos policiais exclamou, confiante , apontando para o pequeno barco que rapidamente se distanciava na névoa. - Conseguimos as coordenadas do barco. O helicóptero vai demorar um pouco pra chegar. - Ótimo! Preparem o bote de perseguição! Não vamos deixá-los ir tão facilmente. Quero uma equipe seguindo pela margem e também pelo ar, Tenório ordenou, sua voz firme apesar da frustração. - E acionem a Patrulha Fluvial! Eles não podem sumir no rio! No barco, Alan e Adam empurravam o motor ao máximo. O ronco da embarcação cortava o silêncio do rio, enquanto a neblina se adensava, transformando a paisagem em um borrão cinzento na escuridão da noite. Marta e Antônio, encolhidos no fundo do barco, tremiam de frio e medo. - Conseguimos, velhos! Agora vocês são nossos!, Adam zombou, virando-se p

A noite se arrastou, densa e úmida, tanto para os reféns quanto para a polícia. No barraco isolado, Marta e Antônio tentavam encontrar algum conforto nos colchões empoeirados, mas o sono era um luxo inatingível. Cada farfalhar de folhas, cada som distante, os fazia sobressaltar, imaginando o pior. Alan e Adam dormiam enquanto o outro subordinado por nome Josh observava o casal de idosos que tentavam se acomodar no colchão velho. Todos os sequestradores já haviam tirado suas máscaras. - Por favor, tire essas cordas das nossas mãos e dos nossos pés. A mãe de Bárbara já não aguentava as feridas causadas pelas amarras. - Não posso, - respondeu Josh sem a menor vontade de atender ao pedido da idosa. - Por favor, senhor. Está doendo muito. Marta tentou mais uma vez, mas dessa vez, Adam se acordou. - Cala a boca, velha. Será que não pode dormir um pouquinho.. Adam olhou para Alan que dormia tranquilamente. Ele foi até Josh e sussurrou algo em seu ouvido. Os dois homens olha