Foi então que a voz suave de Bárbara o trouxe de volta à realidade. Ela levantou-se e sentou numa cadeira mais próxima ao marido e tocou seu rosto, virando-o delicadamente para encará-la. - Meu amor, ela começou, os olhos fixos nos dele, - o que você sente por mim não precisa ser abalado pela presença de mais ninguém. Eu escolhi você, e é com você que eu quero construir minha vida, superar minhas dores e celebrar minhas alegrias. André faz parte do meu passado, e Milena é uma mulher que respeito muito. Eles não representam ameaça alguma ao que temos. Henrique respirou fundo, a tensão lentamente diminuindo. Ele sabia que as palavras dela eram verdadeiras, mas o fantasma do passado de Bárbara com André ainda o atormentava, mesmo que irracionalmente. Ver os dois juntos, mesmo que de forma tão inocente, acendia uma fagulha de insegurança que ele lutava para controlar. - Eu sei, meu anjo, ele respondeu, sua voz um pouco mais calma. - É só que... eu tenho tanto medo de te perder. De n

Na manhã seguinte, a tensão pairava no ar enquanto Bárbara e Henrique se preparavam para a ligação. Henrique havia montado uma videochamada segura, garantindo que a comunicação fosse privada. O rosto de Bruno apareceu na tela, pálido e com olheiras profundas, mas com um lampejo de surpresa ao vê-los. Ele parecia mais magro e abatido do que Bárbara se lembrava. — Bárbara? Henrique? Como vocês estão? — a voz de Bruno estava rouca, e havia uma fragilidade nela que partiu o coração de Bárbara. Ela tomou um fôlego, sentindo a mão de Henrique apertar a sua em apoio. -- Meu irmão, - Bárbara olhou para o rosto abatido de Bruno. - Sei o que você fez, irmão. Lágrimas começaram a escorrer lentamente pelo rosto de Bárbara. - Bruno, porquê se envolveu com essas coisas erradas? Porque tanta ambição por dinheiro? Olha o que aconteceu? Porque se envolveu com mulheres casadas, de políticos poderosos? Agora você está longe de nós e nossos pais estão preocupados contigo. Bruno escutava tudo em si