Henrique se aproximou de Bárbara, o alívio ainda evidente em seus olhos, mas agora misturado com uma ternura profunda. Ele a abraçou, sentindo o corpo dela relaxar contra o seu. O cheiro dela, uma mistura de baunilha e jasmim, sempre o acalmava. - Eu sinto muito por tudo isso, meu amor, Henrique sussurrou, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.. - Por toda a preocupação que te causei, por ter deixado essa situação chegar a esse ponto, e por ter ocultado algo importante sobre o meu passado. Realmente o que tive com a Maria não significou nada para mim. Bárbara ergueu o olhar, seus olhos marejados. -- Eu também sinto muito, Henrique. Eu... eu duvidei por um momento, e sei que você estava sofrendo também por causa do meu afastamento. A verdade é que a insegurança havia batido forte, mas vê-lo tão vulneroso e, ao mesmo tempo, tão determinado, havia derretido qualquer resquício de mágoa. - Não houve o que perdoar, ele disse, beijando-a suavemente na testa, depois descendo para

Henrique beijou Bárbara na testa, um beijo demorado e carregado de promessas silenciosas. - Vou te deixar na empresa e preciso resolver algumas coisas, ele disse, os olhos transmitindo a seriedade do momento. - Logo estarei lá. Fique tranquila, a segurança de todos é minha prioridade. E lembrando meu amor.. Não saia para fora da empresa. Temo que algo aconteça, seja cuidadosa. Bárbara assentiu, tentando forçar um sorriso. O nó em sua garganta apertava. A despedida na frente da empresa pareceu mais um adeus do que um "até logo". Assim que Bárbara entrou no prédio, Henrique deu a partida, ele rumou para um local mais afastado. Precisava de uma conversa particular. Seu destino era um café discreto no centro da cidade, onde um homem de terno impecável o esperava em uma mesa no canto. O Sr. B, como era conhecido em certos círculos, era uma figura enigmática, com um olhar que parecia enxergar através das pessoas. Henrique o havia contatado dias atrás, pedindo que investigasse Bruno, mas

Bárbara permaneceu nos braços de Henrique por um longo tempo, as lágrimas molhando a camisa dele. A revelação sobre Bruno era um golpe devastador, desfazendo a imagem do irmão que ela sempre guardara. Quando finalmente se afastou, seus olhos estavam vermelhos e inchados, mas havia uma nova determinação neles. — Precisamos ir ver meus pais, Henrique, — ela disse, a voz ainda fraca, mas firme. — Eles precisam saber que estamos bem. E... talvez eu consiga amenizar a situação, pelo menos por enquanto. Henrique assentiu, beijando a testa dela. — Você tem razão. Vamos arrumar nossas coisas e partimos agora mesmo. A viagem para o interior foi silenciosa, preenchida pela tensão e pela dor de Bárbara. Henrique tentava confortá-la com pequenos gestos, mas sabia que o tempo e a aceitação seriam os únicos curativos para o coração dela. Ao chegarem à casa dos pais de Bárbara, no meio da tarde, o cheiro de terra molhada e flores do campo trouxe um breve alívio. Marta e Antônio, os pais de B

Enquanto as horas se arrastavam na casa dos pais de Bárbara, a atmosfera permanecia tensa. Marta, com os olhos inchados de tanto chorar, preparava um almoço que mal seria tocado, enquanto Antônio, sentado em sua poltrona preferida, folheava o jornal sem realmente lê-lo. Bárbara e Henrique se esforçavam para manter uma conversa leve, mas a preocupação e falta de Bruno era um incômodo na sala que ninguém conseguia ignorar por completo. No final da tarde, Bárbara e Henrique decidiram que era hora de voltar para a mansão. Eles precisavam de um momento a sós para digerir o primeiro passo da revelação e planejar os próximos. Após mais abraços e promessas de manter os pais informados, eles se despediram e entraram no carro de Henrique. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e roxo. A viagem de volta era geralmente tranquila, mas Bárbara não conseguia relaxar. Seu coração ainda estava apertado pela dor que causara aos pais, mesmo que por uma boa causa. Enquanto Henrique dirigi