Sussurros de um novo destino
Sussurros de um novo destino
Por: Liz Nunes
Ela espera

O relógio na parede da sala marcava 20h30.

Ana Ramos, vestindo um elegante vestido azul-marinho, ajeitou a toalha de mesa de linho e acendeu as velas que adornavam o centro da mesa. A louça especial completava o cenário para uma noite muito especial, para celebrar 3 anos de casamento, tudo estava brilhando e bem decorado, um cuidado extra que ela havia planejado para agradar o seu marido.

O aroma do risoto de cogumelos, o favorito de Pedro, que ela havia preparado com tanto carinho perfumava o ambiente, ele sempre elogiava seu talento na cozinha , não imaginava o quanto Ana treinou e estudou para cozinhar para ele.

Como era o terceiro aniversário de casamento dela com Pedro Ramos, ela havia planejado tudo nos mínimos detalhes. Só não contava com o atraso de uma hora dele, não atendeu suas chamadas, não telefonou, não enviou uma mensagem, o que teria acontecido para atrasar tanto a sua chegada.

De repente, a chave girou na porta e Ana sorriu, preparando-se para a surpresa. A porta se abriu, revelando Pedro, mas não sozinho. Ao seu lado, uma mulher de cabelos castanhos curtos e olhos arregalados se encolhia ligeiramente.

Era Sofia Almeida, a amiga de infância de Pedro, uma mulher que Ana conhecia muito bem e já imaginava o que aconteceu para ele se atrasar. Era sempre assim, Sofia chamava e Pedro deixava tudo por ela. Os dois cresceram juntos e sua história era cheia de altos e baixos, até que 5 anos atrás Sofia foi para o exterior em um intercâmbio profissional. O rompimento dos dois deixou Pedro muito triste, ele passou a beber e ficar até tarde da noite nas ruas, em boates e bares durante um ano inteiro. Sua mãe preocupada apresentou Ana, filha de uma conhecida, para sua alegria Pedro começou a conversar com ela e logo anunciaram o compromisso.

Depois de 1 ano de namoro eles decidiram se casar. Tudo ia bem e a harmonioso no casamento dos dois nos 3 anos seguintes, até que 6 meses atrás ela retornou. Desde o primeiro dia, para tudo ela chamava o Pedro e ele corria para vê - la sorrir. E mais uma vez, hoje não foi diferente.

Ana falou com um sorriso que murchou ligeiramente:

_ Pedro! Que bom que você chegou! E... Sofia?

Pedro estava visivelmente constrangido, mas tentando parecer casual:

_ Oi, meu amor! Feliz aniversário para nós! Desculpa o atraso, tive um imprevisto. Esta é a Sofia, você se lembra, né?

Sofia tentando parecer frágil falou com uma voz baixa e um pouco trêmula:

_Oi, Ana. Desculpa a invasão.

Apesar de estar decepcionada, Ana tentou manter a calma e olhando de Pedro para Sofia, uma sobrancelha levantada, disse:

_Imprevisto? No nosso aniversário de casamento?

Passando a mão na nuca, Pedro tentou argumentar e justificar a situação:

_É que... o apartamento da Sofia ficou sem energia. Um problema sério, parece. Ela me ligou quando estava saindo do escritório e ela tem pavor do escuro, você sabe. Não podia deixá-la sozinha, Ana. Ela estava apavorada.

Respirando fundo, Ana perguntou: Pavor do escuro? Pedro, hoje é o nosso aniversário. Eu preparei um jantar especial, só para nós dois.

Ainda encolhida, com os olhos marejados, Sofia aproveitou a chance de parecer frágil na frente de Pedro:

Eu juro que tentei resolver, mas não consegui. E eu realmente morro de medo do escuro, Ana. É irracional, eu sei, mas...

Intervindo, a voz um pouco mais firme Pedro, encarou Ana com uma advertência no olhar:

_A Sofia precisava de ajuda. Não tinha como eu deixá-la desamparada. Ela é minha amiga de infância. O que você queria que eu fizesse?

Antes que Ana pudesse responder ele cortou com uma voz dura:

_Traga mais um prato e vamos jantar, estamos famintos, não adianta discutir mais.

Então voltando-se para Sofia, a voz suavizou:

_ Depois do jantar, a Ana vai arrumar o quarto de hóspedes para você descansar e dormir.

Olhando para Sofia, depois para Pedro, Ana não teve reação, ficou paralisada tentando assimilar como seu jantar de aniversário de repente havia se tornado uma confraternização entre amigos.

Ela voltou a olhar para Pedro, a decepção clara em seus olhos pensando 'Pedro, eu só... esperava um pouco mais de consideração hoje.'

Pedro alheio ao olhar da esposa, começou a servir comida no prato de Sofia, sua gentileza neste momento era como uma faca sendo cravada no coração de Ana. Será que sempre seria assim?

Com um suspiro pesado, olhou o brilho das velas agora parecendo mais triste, Ana se virou e caminhou em direção à cozinha, seus ombros ligeiramente curvados. Pedro levantou um olhar culpado na direção em que Ana saiu pensando se deveria se desculpar mais uma vez, mas nesse momento Sofia o chamou falando o quanto o risoto estava gostoso.

Da cozinha, Ana podia ouvir os risos e a conversa animada sobre as suas memórias antigas, era sempre assim quando eles se reuniam. Sofia falava de várias histórias e deixava Ana fora da conversa, por mais que tentasse entrar era o mundo deles, apenas os dois, ninguém mais tinha acesso.

Depois de vinte minutos lá estavam eles em mais história antiga, quando Pedro percebeu que Ana não havia retornado para a mesa. Uma sensação incomoda começou a pressionar o peito, então decidiu ir até a cozinha para descobrir o motivo do atraso. Dessa vez, apesar de tentar, Sofia não conseguiu distrair Pedro e ele se levantou indo buscá-la, ao adentrar na cozinha encontrou Ana lavando a louça e organizando tudo. Confuso com a cena, perguntou:

_ Ana o que você está fazendo? O jantar está esfriando vem, vem logo comer!

Os movimentos ágeis continuaram enquanto a cozinha retorva ao seu estado impecável de limpeza, com os pensamentos acelerados Ana não queria responder, eram 6 meses de frustração se sobrepondo e ela estava tentando ser compreensiva e racional.

Pedro insistiu:

_ Vamos! para com isso, não fiz por mal! Tentei ligar para outras pessoas para recebê-la, mas não havia ninguém. Sinto muito, mas não há o que fazer! Venha, não faça isso com o Sofi!

_Ha! Nesse momento toda a paciência e calma se foram, Ana estava tentando deixar para lá e seguir a noite, mas ela devia pensar na Sofi!

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