O ar frio da noite batia no rosto de Ana, mas mal registrava em sua mente. As luzes da rua formigavam um pouco, como estrelas derretidas. Ela riu baixinho, um som que se perdeu na brisa. Aquela última taça tinha sido uma má ideia, ou talvez a melhor ideia, dependendo de como você olhasse para isso.
Com o celular tremendo um pouco na mão, ela conseguiu abrir o aplicativo de táxi. O lugar onde a briga tinha acontecido, onde as palavras ainda pairavam no ar como fumaça.
Ela encostou a cabeça no vidro gelado, observando as luzes da cidade passarem borradas.
"Eu sei que ele... que ele não é perfeito", ela pensou, "Mas eu também não sou. Ninguém é". Uma risada nervosa escapou.
Em casa, Pedro saiu do escritório furioso e vai para sala, está sentado em uma poltrona de couro, a luz ambiente vinda de um abajur ilumina o canto da sala. Ele serve uma dose generosa de whisky em um copo baixo, o gelo estala suavemente. A garrafa de whisky, já pela metade, repousa na pequena mesa de centro. Ele beb