Nath narrando Eu tava segurando aquilo fazia dias, mas não dava mais pra guardar. Ver a Janete tão de boa, com aquele sorrisinho bobo no rosto por causa do Pantera, me deu um aperto no peito. Ela tinha o direito de saber. Então soltei.Quando vi a reação dela, fiquei só observando. A Janete não era mais a mina que tomava calada. Ela agora tinha uma postura diferente, uma firmeza no olhar que até me deu orgulho.Depois que falei tudo sobre o Caíque, respirei mais aliviada. Eu sabia que podia confiar nela pra segurar a bronca. Só que eu também sabia como aquele cara era traiçoeiro. Ele podia vir disfarçado de saudade, mas no fundo, era obsessão. E isso nunca acaba bem.Enquanto ela digeria a bomba, fiquei olhando pra janela. Minha cabeça já tava mil grau, porque eu também tinha meus corres com o Black. E o Black… ah, ele não fazia ideia do que ainda ia rolar. O morro ia ferver, e a gente ia ter que escolher bem de que lado ia ficar.Mas uma coisa eu já tinha certeza: se tentarem encost

Pantera narrando A visão tava bonita demais pra ficar quieto, não tem como. Eu ali do lado do Blackout, copo na mão, só observando o movimento e pensando: essas duas tão é de sacanagem com a quebrada.A Nath e a Janete tão dançando como se o baile fosse delas, e sinceramente? É. Elas dominam tudo sem esforço. A Nath então… aquela ali é veneno puro, irmão. E a Janete, do jeitinho calmo dela, tem um charme que desestabiliza qualquer cria. Vi até uns vacilão da pista tentando subir no camarote, mas já mandei os menor segurar. Aqui tem ordem.— Cê viu isso, Black? — falei, rindo, balançando a cabeça. — Essas mina tão fazendo o baile parecer clipe.Ele só deu aquele sorriso dele de canto, que eu já conheço. Quando o Black faz essa cara, é porque tá gostando da bagunça.Mas eu fico esperto. Baile assim, com energia alta desse jeito, sempre atrai uns olhares errados. E eu, como cabeça da segurança hoje, tô de olho. Se qualquer um tentar estragar esse clima, vai descer antes da batida parar.

Nath narrando Assim que eu soube dos tiros que rolaram no baile lá no morro do Pantera, meu coração disparou. Eu tava em casa, deitada, quase pegando no sono quando vi os stories cortando no meio, som sumindo, luz piscando. Em menos de dois minutos, já começaram a pipocar os áudios nos grupos. “Tiroteio no baile do Pantera”, “os cana subiu”, “correria da porra”.Na hora nem pensei, peguei o celular e mandei logo uma mensagem pra Janete:“Amiga, cê tá bem? Me responde pelo amor de Deus, vi que rolou treta aí!”Fiquei olhando aquela tela, os três pontinhos que não apareciam nunca. Meu coração apertando mais a cada segundo. A Janete é minha parceira, minha melhor amiga, minha irmã de vida. E eu sei que ela não ia me deixar no vácuo se não tivesse alguma coisa séria acontecendo.Me levantei da cama, andava de um lado pro outro, roendo unha, com a mente mil. Já pensava em pegar moto, subir o morro, fazer o que fosse. Mas eu também sabia que ali não era lugar de curiosidade. Era hora de co

Pantera narrando Tava tudo calmo ali, mas no fundo eu sabia que o bagulho ainda não tinha acabado. O baile tinha virado história, mas a tensão ainda tava no ar. Olhei pra Janete de canto, ela tava quieta, mas eu via que a cabeça dela tava girando, igual a minha. Não é fácil se livrar de um corre daqueles, principalmente quando os polícia tão de olho.Eu sei que ela confia em mim, e é isso que me faz continuar, mesmo com o peso de tudo o que rola aqui no morro. Quando a gente tem alguém em quem confiar, as coisas ficam menos pesadas. Mas eu também sabia que eu não podia deixar ela vacilar de novo. Não depois do que aconteceu.Ela se aproximou mais, encostou no meu ombro, e fiquei ali parado, sentindo a respiração dela. Eu nem precisei dizer mais nada, porque sabia que ela entendia o que eu tava tentando passar. Não só com palavras, mas com a atitude. Ali, com ela do meu lado, eu me sentia mais forte. E era isso que eu queria passar pra ela: segurança, proteção, sem precisar de explica

Nath narrando Depois de tudo que rolou naquela noite, minha cabeça tava a milhão. Era tiro, gritaria, correria... parecia cena de filme de ação, mas era a nossa realidade. Eu ainda tava tentando entender tudo enquanto subia com o Blackout pro barraco dele. Cada passo que eu dava, meu coração ainda tava acelerado, parecia que eu tava fugindo, mesmo já estando segura do lado dele.Quando a gente entrou, eu só queria um canto pra sentar e respirar. Me joguei no sofá sem pensar duas vezes. Não falei nada, só fiquei olhando pro chão, tentando colocar a mente no lugar. Senti ele andando pelo barraco, arrumando as coisas dele, mas sem me pressionar pra falar. E isso me deixou um pouco mais calma, porque eu sabia que com ele eu podia ser eu mesma, sem ter que fingir que tava de boa.Olhei pra ele de canto, vendo ele ali, firme, como se nada abalasse. Mas eu sabia que por dentro ele também carregava o peso daquela vida. E foi nessa hora que ele perguntou se eu tava bem. Minha vontade era fala