TODOS os capítulos e episódios de Obsessão pelo tio do meu marido. a Cristina Cristey - Página 2 - BueNovela

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Todos os capítulos do Obsessão pelo tio do meu marido.: Capítulo 11 - Capítulo 15

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Cap. 11Lúcios sorriu de lado, aquele velho sorriso que misturava sarcasmo e desprezo. — Eu cursei medicina antes de me voltar aos negócios, por causa de meu irmão. Cirurgião, inclusive. — Ele se virou em direção ao corredor. — Então eu mesmo cuidarei. Com vinte e dois anos, eu operava soldados sob tiros. Com vinte e quatro, já enterrei mais heróis do que você conhece por nome. Já esqueceu de onde eu vim quando voltei àquela maldita casa? — disse com esforço, mas firmeza. — As empregadas ajudarão no que for necessário. Mas a responsabilidade é minha agora.— O senhor...? Ah, verdade, você tinha se tornado Capitão Médico do Exército. É uma pena que teve que abrir mão dessa carreira. Talvez, se não tivesse sido isso, você ainda estaria andando ou... se eu tivesse voltado logo para te auxiliar naquela casa... mas depois da morte de seu irmão eu tinha sido demitido... se eu tivesse descoberto naquela época que você tinha retornado à mansão... talvez... — o assistente franziu a testa, sur

Cap.12Assim que Lúcios ordenou, Valerius puxou a cadeira, empurrando-o para a saída. O quarto mergulhou novamente no silêncio.Ângela tinha aberto os olhos lentamente quando percebeu que já não era mais o centro da atenção e que eles estavam saindo do quarto, os cílios tremendo contra a luz suave da manhã. Sua respiração era calma, mas o olhar perdido vagava pelo teto, como se ainda estivesse presa entre o delírio e a realidade.Ela virou o rosto com dificuldade, apenas o suficiente para vislumbrar, de relance, a cadeira de rodas sendo empurrada para fora do quarto e a porta batendo.Lúcios havia ido embora.Ela piscou, uma, duas vezes. A confusão nos olhos era profunda, mas não havia medo — apenas um cansaço existencial, quase frio. Seus lábios se entreabriram, mas nenhuma palavra saiu. A cabeça voltou para o travesseiro. Silêncio.No andar inferior, Lúcios seguia para o escritório, as rodas da cadeira deslizando com precisão pelas tábuas do chão encerado. As empregadas se afastavam

Cap. 13Rafael agarrou um dos homens pela gola da camisa, os olhos arregalados em puro desespero.— Me digam que vocês a salvaram! — suplicou, com uma fagulha de esperança queimando no fundo da garganta.Os dois homens se entreolharam, confusos. O que estava sendo segurado empurrou Rafael com força.— Você ficou louco? — rosnou. — A ordem foi enterrar o corpo, não salvá-la. Se não queria que ela morresse, devia ter se certificado melhor. Agora é tarde. Ela está morta. — Fez uma pausa e sorriu com crueldade. — Se quiser comprovar, é só subir mais um pouco. Não sobrou nada pra salvar.A risada sombria do homem ecoou em Rafael como um prego sendo cravado no peito. Ele soltou um suspiro contido e assentiu, engolindo o amargo silêncio.Sem dizer mais uma palavra, voltou ao carro. Ligou o motor e seguiu estrada acima, as curvas estreitas serpenteando por uma encosta úmida. A montanha parecia sufocada por uma névoa cinzenta e espessa, como se a natureza também estivesse de luto.Parou diante

Cap.14O quarto estava silencioso, iluminado apenas pela luz dourada que atravessava a cortina semiaberta. O som discreto das rodas da cadeira de Lúcios deslizando pelo chão de madeira polida preencheu o ambiente com um sussurro mecânico.Ângela estava sentada na cama, de costas, os ombros expostos pelo vestido hospitalar frouxo e mal fechado. A pele clara contrastava com os cabelos longos e negros que caíam como uma cascata densa sobre suas costas nuas, tocando levemente a curva da coluna. O vestido, de tecido fino e desbotado, deslizava pelas laterais de seu corpo com desatenção, revelando a vulnerabilidade do momento.Ela ergueu a cabeça, movendo-a lentamente, como se seus músculos ainda estivessem se acostumando com a realidade. Quando ouviu o som da porta se abrir, virou o rosto por sobre o ombro, encarando Lúcios com olhos grandes, escuros e sem qualquer traço de reconhecimento.O olhar dela atravessou o dele com uma suavidade quase infantil, como se visse um estranho pela prime

Cap. 15— Você me conhece muito bem, só não se lembra agora. — Ele comentou sem a encarar.— Mas então por que olho para você e é como se eu nunca tivesse te visto? — Ela perguntou, se aproximando e estendendo a mão para tocar seu rosto, mas ele se afastou. Em resposta, ela acabou fazendo uma carinha emburrada, cruzando os braços sem dizer mais nada.Lúcios soltou um suspiro pesado, a encarando sem conseguir acreditar.— Com certeza, se você lembrasse quem eu sou, estaria com medo — assim como na festa de casamento. — Ele comentou com um sorriso sombrio.— A gente casou? — Ela perguntou com os olhos arregalados.Naquele momento, a porta se abriu e o médico entrou, interrompendo os dois. Lúcios recuou com a cadeira, ainda demonstrando desconforto por não ter tido tempo de explicar.O médico terminou de examinar Ângela com um semblante cauteloso.A sala estava silenciosa, exceto pelo bip ritmado do monitor ao lado da cama.Lúcios observava cada movimento do profissional com olhos intens

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