Lucila sentia o tempo escorrer lento e pesado ao seu redor, como se cada segundo se arrastasse tortuosamente. Sentada na beira da cama, segurando a pequena mão febril de Olavo entre as suas, ela não piscava, não conseguia nem pensar direito. Seu corpo inteiro estava em alerta, como se qualquer movimento seu pudesse piorar a condição do menino. Sabia que pensar assim era uma besteira, mas era assim que se sentia nesse momento.O termômetro estava sob o bracinho magro dele, e mesmo que a tela ainda não tivesse emitido o som do bip, ela sabia que a febre estava alta, bastava tocar a pele e sentir aquele calor abrasador, como se o pequeno estivesse sendo consumido de dentro para fora.Olavo gemia, os olhos fechados, a testa franzida num misto de dor e medo.“Vai ficar tudo bem agora, meu amor.”, ela murmurava por dentro, desejando com todo o seu coração que ele melhorasse logo. As mãos acariciando suavemente os cabelos úmidos de suor, como se aquilo pudesse transferir um pouco de paz ao
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