103. O café da manhã e a arquitetura das ruínas
A noite que se seguiu ao convite de Jessica foi, para Luigi Calegari, a mais longa de sua penitência. A esperança, um sentimento que ele não se sentia no direito de ter, lutava contra o pavor de dizer a palavra errada, de fazer o gesto equivocado, de destruir aquela minúscula e frágil ponte que ela, com uma generosidade que o esmagava, havia lhe oferecido. Ele não dormiu. Passou a noite revivendo cada erro, cada mentira, mas também se preparando, com a ajuda das ferramentas que vinha adquirindo em sua terapia, para a conversa mais importante de sua vida. O objetivo não era se defender, mas se expor; não era pedir perdão, mas merecer, um dia, a possibilidade dele.Jessica também teve uma noite inquieta. Seu coração era um campo de batalha. Uma parte dela, a parte ferida e traída, gritava que era uma loucura, que ela estava se abrindo para mais dor. Outra parte, a parte que vira o homem quebrado em sua carta, que ouvira a sinceridade em sua voz, que ainda o amava sob camadas de mágoa, d
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