100. Um lar dividido e a dor da proximidade
O retorno à mansão Calegari foi, para Jessica, como voltar a um campo de batalha após o fim da guerra. As armas haviam silenciado, o inimigo fora derrotado, mas as ruínas e as memórias da devastação permaneciam por toda parte. Ela chegou com a cabeça erguida, uma rainha retornando ao seu castelo, mas seu coração era um território ocupado pela dor.
Luigi a esperava no grande hall de entrada. Não era mais o fantasma de homem que ela confrontara semanas antes. A terapia e o propósito de seguir as ordens de Jessica haviam lhe devolvido um pouco da postura, mas a culpa e o arrependimento estavam gravados em cada linha de seu rosto, em seus olhos que a olhavam com uma mistura de adoração e pavor. Ele não ousou se aproximar, não ousou tocar. Apenas sussurrou, a voz rouca: "Bem-vindos de volta."
As crianças correram para dentro, felizes por estarem em seus quartos, com seus brinquedos e seus espaços familiares, embora a tensão entre os pais fosse uma névoa que até o pequeno Gabriel conseguia