Era só uma imagem, uma única imagem. Mas ela grudou nele como uma maldição. Romeu apertou os olhos, apoiando as mãos no volante do carro estacionado. Respirou fundo, tentando focar no que estava fazendo ali, precisava buscar documentos na empresa, uma tarefa simples, prática, sem margem para devaneios.Mas lá estava ela, de novo. Emergindo da água como uma ninfa ferida, com a pele úmida e as cicatrizes reveladas como mapas de dor. A forma como a toalha escorregava pelos ombros, revelando a curva delicada da clavícula. O cabelo encharcado, colado ao rosto. O olhar em choque, a raiva, a mágoa.E ele, um idiota paralisado, apenas olhando. Como se nunca tivesse visto uma mulher antes. Romeu bateu a cabeça levemente contra o encosto do banco. Aquilo estava virando obsessão.Passou o dia inteiro tentando evitar o pensamento. No café da manhã, errou a quantidade de açúcar no café. Na reunião com o avô, não ouviu metade do que foi dito. Quando saiu da sala, levou um esporro e nem reagiu.E ago
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