Os dias seguintes à conversa com Antonella foram silenciosos demais. Isadora evitava os encontros, mesmo com Samara e Cecília. Não estava pronta para dizer que estava se escondendo dentro de si mesma — de novo. Dormia demais, ou quase nada. Começou a recusar as refeições que antes lhe traziam conforto. Andava de um lado para o outro pela casa anexa, olhando pela janela como se esperasse algo que nunca chegava.Estava afundando, e não dizia uma só palavra sobre isso.Até que numa noite, após mais um banho longo demais, Isadora se deitou no sofá da pequena sala com uma manta fina sobre os ombros, o cabelo molhado colando no rosto. A TV estava ligada em algo aleatório. Seus olhos estavam fixos, mas sem ver.A lembrança veio como uma onda violenta.As risadas de Arturo ecoando no corredor escuro. A dor. O sangue. A vergonha.Ela se encolheu, levou as mãos ao peito tentando respirar, mas o ar não vinha. Tentou se levantar, mas as pernas falharam. Desabou no chão do pequeno tapete. E ali, s
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