AngelDesci os últimos degraus da escada com um sorriso bobo no rosto. A sensação era nova, quase estranha, aquele tipo de felicidade tranquila, que não vem de um escândalo, de uma fuga, ou de uma provocação bem dada.Era só isso: Eu estava animada. Mais do que isso, estava radiante. Finalmente me sentia útil, parte de algo maior. O novo trabalho na empresa me dava um propósito, e a aprovação de Igor, mesmo que discreta, era como um sopro de vida nova. Naquela noite, ele me convidou para jantar. Aceitei sem hesitar, sem jogos. E ali estava eu, arrumada sem exagero, salto discreto, batom que dizia “não estou tentando demais”, prestes a esperar por ele na sala de estar.Mas aí… Ouvi vozes e parei no último degrau. Aquela voz eu reconheceria em qualquer lugar: Iolanda. Não sei por quê, mas instintivamente recuei um passo. Fiquei ali, imóvel, escutando.— Pra onde vocês vão? — ela perguntou.Silêncio. Um daqueles silenciosos que são mais barulhentos do que qualquer resposta. Inclinei o
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