Terminamos o café com os pratos espalhados pela cama. Matheus parecia mais calmo agora, como se aquele tempo juntos tivesse ajudado a suavizar a energia que o tomava mais cedo.Ele passou os dedos pelos meus cabelos enquanto falava sobre uma ideia nova de projeto, algo que tinha pensado durante a madrugada — ou sonhado, ele não sabia dizer. Eu apenas sorria, deixando ele falar, deixando ele ser.Então, de repente, ele parou.O olhar perdido por um instante. O corpo um pouco mais tenso. Como se algo dentro dele tivesse mudado de direção.— Julia... — disse, quase num sussurro, os olhos presos nos meus. — Eu preciso te contar uma coisa.Sentei mais ereta, sem dizer nada, esperando. O coração deu uma leve acelerada, mas não por medo — e sim por saber que, fosse o que fosse, seria importante.Ele hesitou, o maxilar contraído, como se estivesse tentando encontrar a forma certa. Mas as palavras pareciam não vir. Ou talvez fossem muitas.— É que às vezes eu... — começou, depois parou, passan
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