Endi apenas estreitou os olhos, o soldado já estava com parte do prêmio no bolso e nem sequer sabia disso.— Vamos fazer do meu jeito e dependendo de como se sair, posso pensar sobre o seu pedido, Estrategista.— Aí, caralho e vou precisar andar, porque está meio complicado por aqui.— Você que escolhe, já ganhou seu lugar na organização, mas eu estou indo agora. Pode decidir o que fazer quando chegarmos em casa. Não vou te obrigar a nada. Essa missão é como um bônus, se não estiver pronto, por mim, tudo bem.Tank se levantou, mas assim que passaram pela porta ele olhou para a moto. Era linda! Exatamente como tinha sonhado, uma motocicleta de trilha com rodas cromadas e assento robusto em couro preto.— É minha mesmo?— É sim, vou mandar levarem para a sua casa. Entra no carro, não vai pilotar assim.Tank aceitou a oferta, fizeram todo o caminho com ele olhando a paisagem tranquila e pensando no velho que o mandou ir pelo túnel dizendo que seria mais fácil.— Foi você, não foi? Aquele

Tank voltou, olhou para Endi com um misto de raiva e esperança, se por um lado não ser filho de Russo o libertava, por outro era o mesmo que admitir que Rosie traía o marido.— Do que está falando?A postura do rapaz era de desafio, a do capo não.Endi respondeu enquanto ligava uma serra, precisava se livrar daquele corpo e limpar tudo, gostava dessa parte do serviço tanto quanto apreciava a tortura.— Estou falando que esse verme inseminou a sua mãe sem que ela soubesse. Ele a dopava e colocava dentro dela o material que comprava de um banco especializado em fertilidade feminina. Você e Amara também não compartilham o mesmo pai.Tank ficou olhando para o homem que cortava pedaços humanos com a destreza de um açougueiro e foi como se o barulho da serra desaparecesse, o sangue escorria por uma espécie de fenda metálica e escoava em um ralo no chão.Tank se lembrou das vezes em que Russo o espancava dizendo que não era seu pai.Do dia em que Russo esfregou o seu rosto no membro gritando

Tank acelerou, mas assim que chegou ao portão viu Luz, a menina estava sentada ali como se esperasse por algo e o rapaz sabia o que era.Havia prometido um sorvete.Parou a moto, olhou para ela, o envelope dentro da roupa, o coração acelerado como se gritasse para ele apenas partir.Mas se lembrou de Endi.— O verdadeiro teste é a vida.Não podia continuar sendo irresponsável, agindo como se somente algumas pessoas importassem e todas as outras fossem descartáveis.Havia cometido esse erro com Dállia e até com Nick, precisava parar.— LuzA menina se levantou sorrindo, o vestido curto e colado que por alguma razão ela acreditava que Tank gostaria e um perfume que o vento espalhou no ar assim que a menina se moveu.— De moto?Ela não tinha reparado no nome escrito na moto, nem na flor que estava do outro lado da carenagem, mas percebeu quando Tank balançou a cabeça negando e desceu da moto.A calça já estava manchada de sangue, o esforço fez com que o curativo cedesse, mas o que doía n

Dállia sempre almoçava em casa, havia prometido a si mesma que Tanner jamais sentiria falta da mãe. Ela conhecia essa dor, sabia o quanto era penoso acordar com tapas e em meio a dor chamar pela mãe.Tanner não viveria isso!Subiu as escadas devagar, estava cansada, os pés doíam, havia passado no mercado para comprar as frutas de Tanner, olhou para os morangos e aquilo a destruiu, nunca mais tinha conseguido comer aquela fruta, o vermelho brilhante a fazia se lembrar de uma manhã em que o namorado disse que seu sonho era colocar os morangos na boca dela.— Por que nunca me respondeu, meu amor?Perguntou para o nada, sentia a ausência de Tank com a mesma loucura que desfrutava da presença dele quando estavam juntos.Estava com as compras do mercado nos braços e o coração cheio de nada. Ou talvez cheio de tudo, nem mesmo o desenho de Tanner fez com que Tank falasse com ela.Sabia que estava errada, que não deveria ter partido daquela forma, mas no dia em que decidiu se escolher, também

Lágrimas nem sempre significam dor, às vezes elas se misturam com sorrisos, transbordam porque a felicidade não cabe mais no peito e ouvir Tank a chamar de Sua Flor foi o desejo de Dállia durante todo aquele tempo.A menina encolheu os ombros e respondeu com aquele sorriso que Tank se agarrou cada um dos dias em que ficaram longe.— SimO rapaz olhou para o filho e perguntou de um jeito que quase derreteu o coração de Dállia.— E você, senhor folgado? Vai deixar eu beijar a minha mulher?O telefone de Tank disparou, centenas de mensagens, o toque chato que ele não conseguiu parar porque o aparelho simplesmente travou.Dállia teve o mesmo problema, o casal se olhou confuso e então a campainha tocou.— A Terceira Guerra Mundial ou só mais alguém querendo estragar a minha vida?Tank reclamou e Lucélia apareceu para abrir a porta, ela era a única naquela casa que sabia exatamente o que estava acontecendo.Pegou dois pacotes das mãos do mensageiro, entregou o maior para Dállia e o menor pa